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quinta-feira, 28 de março de 2019

Diferentes formas de ajudar animais abandonados

Um cachorro sadio abrigado em uma casa pode viver em média 17 anos. Nas ruas, essa expectativa de vida chega a ser três vezes menor.  Os perigos são muitos. Sozinhos e sem proteção, eles estão sujeitos a atropelamentos, agressões, doenças e envenenamento.

O trabalho voluntário de protetores independentes tenta amenizar esse problema em diversas cidades do país, porém eles estão, em sua maioria, com abrigos superlotados e acumulando dívidas em casas de ração e clínicas veterinárias.

Por dia, a Associação Animais Aumigos, uma das mais atuantes de Salvador (BA), recebe entre 60 e 100 pedidos de resgate. São mensagens que chegam pelo WhatsApp, e-mail, telefone e redes sociais.

“Geralmente a maioria dos pedidos é descarte animal. Tutores que desistem dos seus animais e também pessoas que encontram cães na rua e não sabem o que fazer”, diz Maria Cristina Neves, presidente da associação baiana que mantém mais de 400 cães e gatos em duas sedes fixas e lares provisórios.

Associação Animais Aumigos ajuda centenas de cães e gatos

“Em geral, todos recorrem às ONGs. Pensam que ONG é um órgão de recolhimento de animais e acreditam que temos obrigação de recolher”, conta Cristina.

De acordo com ela, falta entendimento de que pessoas ligadas à causa, os chamados protetores, são pessoas comuns que trabalham, estudam, pagam contas e que, muitas vezes, mesmo sem dinheiro e sem tempo, se sensibilizam com o sofrimento de um animal e arregaçam a manga para ajudar. Algo que, na realidade, qualquer um pode fazer.

“Após conseguirmos um lar fixo para o animal resgatado das ruas, sabemos que estamos indo no caminho do bem, trabalhando para quebrar paradigmas, resgatando a dignidade, direitos e valores de um animal que nasceu e viveu na invisibilidade social”, completa.

No geral, novos acolhimentos em abrigos só são possíveis quando acontecem adoções. Quando alguém adota um cão ou gato de um desses lugares, na prática, está liberando espaço para que um novo animal de rua seja acolhido, tratado e, por fim, também encaminhado para um lar definitivo.

Mas é importante dizer que mesmo quem não tem intenção de adotar pode fazer algo para melhorar a vida de um peludo de rua ou de abrigo. Existem inúmeras formas. Confira algumas:

Lar temporário

Essa é uma das ajudas mais necessárias. Nas redes sociais de protetores é comum ver as pessoas pedindo por um LT (lar temporário). Acontece que quem resgata um animal em situação de abandono ou ferido, muitas vezes, não tem onde deixá-lo e acaba precisando de um lugar para mantê-lo durante o tratamento e/ou até que ele seja adotado.

O lar temporário entra nessa hora. A pessoa disposta a ajudar oferece um lugar em sua casa para abrigar o cãozinho ou gato por alguns dias ou meses. Pode ser somente o tempo de o animal terminar o tratamento médico, se recuperar de uma castração ou tomar todas as vacinas. O período é sempre acordado com a pessoa responsável pelo cão ou gato.

É importante dizer que quem recebe o animal em casa precisa ter tempo, disposição e um mínimo de estrutura, principalmente se essa pessoa já tem outros animais em casa. E tem uma razão: quando um animal chega da rua precisa ficar em quarentena até que o tutor provisório ou protetor se certifique de que ele pode entrar em contato com outros cães sadios.

Existem dois tipos de lar temporário: o pago e o solidário. No primeiro, quem oferece LT recebe um valor do protetor. Já no segundo caso, a pessoa recebe o animal por amor, sem cobrar nada. O gasto com ração, medicamentos e areia (no caso de gatos) pode ser bancado por quem resgatou ou ser assumido por quem abre a casa para o animal. Isso é acordado entre o protetor e a pessoa que acolhe.

Apadrinhamento

Vários abrigos aceitam ajuda de padrinhos e madrinhas para cães e gatos

O apadrinhamento é uma forma dos protetores ou abrigos conseguirem recursos para ajudar nos gastos com cada animal. Nesse caso, basta escolher um dos peludos ainda não adotado e assumir o envio de ração, medicamentos, ou uma contribuição em dinheiro, que pode ser mensal ou pontual. Dessa forma, além de contribuir para o bem-estar do animal, a pessoa estará aliviando os gastos do protetor e possibilitando novas ações.

Divulgação nas redes sociais

Outra forma bem simples, mas que ajuda muito, tanto um animal que está em um abrigo quanto um de rua, é a divulgação. Ao compartilhar as fotos e a história dele em suas redes sociais, você amplia as chances de encontrar um adotante. É um trabalho fácil, que todos podem fazer, sem nenhum custo.

Castrar um animal de rua

Castração é uma das formas mais eficazes para controle populacional dos peludos

A castração é uma das formas mais importantes de reduzir o número de animais de rua. Para se ter uma ideia, em seis anos, uma cadela não castrada pode gerar 64 mil descendentes e uma gata, 420 mil em apenas sete anos, segundo dados divulgados pelos CCZs (Centro de Controle de Zoonoses) das cidades.

Uma cadela não castrada pode gerar 64 mil filhotes em 6 anos

Em diversas cidades, há programas de castração gratuita permanente. Em São Paulo, por exemplo, todo munícipe pode castrar até 10 animais sem custo algum. Basta fazer um cadastro, aguardar datas de castração e levar o animal no dia marcado. (Veja mais informações aqui).

A cirurgia pode ser feita a partir de 90 dias de idade nos cães e 60 nos gatos (previsto em lei). “É a única maneira ética e eficaz para o controle da reprodução. Além disso, previne doenças reprodutivas como piometra (infecção grave no útero), câncer de mama, cistos ovarianos (em fêmeas) e hiperplasia prostática (aumento da próstata em machos), dentre outras”, explica a veterinária Amanda Novais.

É muito importante conscientizar sobre o perigo de injeções anticoncepcionais (anti-cio), que são desaconselhadas por veterinários. Ela é uma bomba de hormônios, que predispõe o câncer de mama, infecção de útero generalizada e causam efeitos colaterais graves, muitas vezes, irreversíveis, podendo levar o animal a óbito.

Ração de presente de aniversário

Outra forma bem interessante de ajudar os animais é pedir, no lugar de um presente comum, ração para cães e gatos. Dessa forma, além de ajudar os animais, você também estará levando uma mensagem de conscientização para o seu grupo de amigos e dando uma oportunidade para que cada vez mais pessoas se envolvam em uma ação social.

Voluntariado

Não pode assumir o compromisso de ir sempre à ONG ou abrigo? Não tem o menor problema. Muitas vezes, uma carona para levar ou buscar os animais no veterinário é tudo que eles mais precisam. Quem não tem carro, pode ficar em eventos de adoção, passar o dia no abrigo limpando tigelas ou simplesmente dando atenção e carinho para os mais carentes.

Você ainda pode, por exemplo, se oferecer para fotografar ou cuidar das redes sociais do grupo. Nesse caso, nem precisa sair de casa.

Alimentar animais de rua

Oferecer ração e água é uma das formas de ajudar

Quantas vezes você já cruzou com um cãozinho ou gatinho faminto na rua? Andar com saquinhos de ração sempre na bolsa, mochila ou no carro é uma ótima forma de aliviar a fome desse animalzinho. Sempre que possível, ofereça também água fresca.

Doações

Também é uma ideia muito útil deixar pago em um petshop ou clínica uma tosa, um banho ou uma consulta veterinária para uma ONG ou protetor de sua confiança.

Se você não pode ter gastos por agora, que tal realizar grupos de arrecadação de brinquedos, caminhas e ração? Ou ainda fazer rifas para arrecadar verba para os cuidados dos animais? Certamente será um trabalho que ajudará muito.

Este conteúdo é apoiado pelo Carrefour, que – em parceria com a ONG AMPARA Animal – está programando uma série de ações em prol dos animais em todo o país. Serão mutirões de castração, eventos de adoções em suas lojas, além de treinamento, capacitação e sensibilização dos funcionários e prestadores de serviço da companhia.

Diferentes formas de ajudar animais abandonados publicado primeiro em https://catracalivre.com.br



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