Não há registro de um presidente brasileiro que tenha perdido o controle em público como Jair Bolsonaro mostrou no seu ataque à TV Globo, usando palavras que caberiam numa guerra de torcidas de futebol – não em um presidente da República.
Só é possível entender o descontrole e a fala de Bolsonaro, partindo de um constatação: ele sofre de um distúrbio mental conhecido como paranoia.
É o que explica, por exemplo, aquela animação em que Bolsonaro se apresenta como o Leão – todo o resto ( STF, partidos, imprensa, OAB, Ongs) são as hienas.
A reportagem da TV Globo estava correta: apenas citou um depoimento de um porteiro que permitiu a entrada de um dos acusados de matar Marielle Franco no condomínio em que mora Bolsonaro. Ocorre que esse acusado ( Élcio) disse que iria na casa 58, onde mora Bolsonaro – e uma voz da casa autorizou.
Elcio não foi para a casa de Bolsonaro, mas para de outro acusado de matar Marielle – que, aliás, mora no mesmo condomínio,
Durante o logo depoimento descontrolado de Bolsonaro, o que se vê é o distúrbio paranóico.
Ele imagina que todos querem persegui-lo.
Se atacam seus filhos, o problema não é dos filhos. Mas dos inimigos.
Os filhos não fizeram nada de errado. São santos.
Se atacam sua família por ocupar cargos públicos, o problema, de novo, é da imprensa.
Não por acaso o descontrolado desabafo acabou em Adélio Bispo.
A Polícia Federal não encontrou nenhum mandante – mas Bolsonaro insiste numa conspiração das esquerdas.
O objetivo da Globo seria prender um dos filhos e, se possível, derrubar o governo.
Basta lembrar que a Globo era acusado pelo PT das mesmas coisas que Bolsonaro a acusa agora.
Isso tudo explica por que ele está cada vez mais sozinho, cercado de pessoas que compartilham ou estimulam essa doença da paranóia.
Dimenstein: ataque à Globo mostra até onde vai a doença de Bolsonaro publicado primeiro em https://catracalivre.com.br
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