Não à toa diversas ruas de São Paulo estão retratadas em músicas brasileiras. São lugares que guardam tesouros e definem a identidade dessa babilônia que tanto amamos. Pensando nisso, criamos um roteiro de ruas e bairros eternizados em famosas canções.
O pulsante centro da cidade está presente na maioria das composições, mas há também outros endereços, homenageados em sambas, raps, rock e, claro, na MPB. Que tal entrar no ritmo e ver com os próprios olhos os lugares que os ouvidos já se aventuraram a conhecer?
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1. Avenida Ipiranga com Avenida São João
O cruzamento mais famoso da MPB está no centro de SP. Caetano Veloso eternizou essa esquina na música “Sampa”, lançada em 1978. Se quiser conhecer, fica bem pertinho da estação República, das linhas Amarela e Vermelha do metrô.
“Alguma coisa acontece no meu coração / Que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João / É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi / Da dura poesia concreta de tuas esquinas / Da deselegância discreta de tuas meninas”.
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2. Rua Aurora
O apartamento 22 do número 579 da Rua Aurora, também no centrão, foi residência de Adoniran Barbosa entre 1949 e 1966. Foi lá que nasceu “Saudosa Maloca”, em 1961, enquanto ele observava a demolição do sobrado em que moravam os feirantes Mato Grosso e Joca.
Para quem quiser observar as redondezas, também fica bem pertinho da estação República, das linhas Vermelha e Amarela do metrô.
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3. Largo do Arouche
Na música “Freguês da meia-noite”, lançada em 2011, o rapper Criolo mencionou o Largo do Aroche, outro lugar perto da estação República. Aproveite para conhecer o mercado das flores, os restaurantes e a agitada vida noturna da região.
“Meia noite, em pleno Largo do Arouche, em frente ao Mercado das Flores há um restaurante francês. E lá te esperei”.
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4. Praça da Sé
Em 1978, Adoniran Barbosa lançou a música “Praça da Sé”. A canção marcou a reinauguração do local, após uma reforma de seis anos, e o surgimento da estação de metrô. Melancólico, o cantor falava sobre o progresso incontrolável da praça.
“Da nossa Praça da Sé de outrora / Quase que não tem mais nada / Nem o relógio que marcava as horas / Pros namorados / Encontrar com as namoradas”.
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5. Rua da Consolação
Na década de 1970, a rua da Consolação esteve na boca de dois grandes cantores e compositores. O local é famoso pelo cemitério, pela igreja, pela praça Roosevelt e pelas inúmeras lojas de lâmpadas. Em 1973, Tom Zé lançou “Augusta, Angélica e Consolação”.
“Augusta, graças a deus / Graças a deus / Entre você e a angélica / Eu encontrei a consolação / Que veio olhar por mim / E me deu a mão”.
Em 1974, Belchior lançou “Passeio”, que falava sobre o centrão. Era um momento em que ele tentava a sorte na selva de pedra.
“Vamos andar pelas ruas de São Paulo / Por entre os carros de São Paulo / Meu amor, vamos andar e passear, vamos sair pela Rua da Consolação / Dormir no parque em plena quarta-feira / Ensinar com o domingo em nosso coração”.
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6. Rua Augusta
A rua Augusta é a rainha dos rockeiros. Talvez por sempre receber pessoas de diversas tribos. Atualmente, o endereço concentra bares, casas noturnas, universidades, hotéis, teatros e até um local perfeito para os skatistas (Praça Roosevelt). Em 1963, Ronnie Cord soltou a voz em “Rua Augusta”.
“Entrei na rua Augusta a 120 por hora / Botei a turma toda do passeio pra fora / Fiz curva em duas rodas sem usar a buzina / Parei a 4 dedos da vitrina / Hay Hay Johnny / Hay Hay Alfredo / Quem é da nossa gang não tem medo”.
Em 1970, foi a vez dos Mutantes falarem sobre a rua. A música chama-se “Hey Boy”.
“He he he hey boy / O teu cabelo tá bonito hey boy / Tua caranga até assusta hey boy / Tchu aa uu / Vai passear na rua Augusta tá / He he he hey boy / Teu pai já deu tua mesada hey boy / A tua mina tá gamada hey boy”.
E como não podia faltar, em 1974 Raul Seixas mencionou a rua Augusta na música “Super-heróis”.
“Hoje é segunda-feira e decretamos feriado / Chamei Dom Paulo Coelho e saímos lado e lado / Lá na esquina da Augusta quando cruza com a Ouvidor / Não é que eu vi o Sílvio Santos / Não é que eu vi o Sílvio Santos / Sorrindo aquele riso franco e puro / Para um filme de terror”.
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7. Avenida Paulista
Em 1983, Itamar Assumpção cantou sobre a região da Avenida Paulista em “Sampa Midniht”. Hoje, a região é um polo cultural importante para a cidade, com sua vida gastronômica, museus, centros culturais, teatros, cinemas e shoppings.
Sampa midnight / Eu assessorado de mais dois chegados / Bartolomeu e Ptolomeu / Partimos pra comemorar / Não lembro o que numa boiate / Escabrosa noite / Deu blackout na Paulista / Breu no Trianon / Cadê o vão do museu, sumiu / Meu Deus do céu que escuridão”.
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8. Bairro de Pinheiros
O bairro de Pinheiros foi homenageado na música “Modão de Pinheiros”, lançada pelo grupo O Terno em 2012. O local é famoso por uma feirinha de antiguidades (da Benedito Calixto), pelos inúmeros restaurantes e bares e pela agitada vida noturna – além de um comércio variado.
“Foi no bairro de Pinheiros / Que eu me entreguei por inteiro / Para uma linda moça / Que descia a Rebouças / Ela entrou na Henrique Schaumann/ Eu logo perdi a calma / Virando na Teodoro / Eu falei: “eu te adoro” / Respondeu-me “deixa disso!” / Na Benedito Calixto”.
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9. Bairro do Bixiga
O Bixiga foi eternizado por Adoniran Barbosa, embora ele nunca tenha morado lá. Em 1976, o cantor lanou “Um Samba no Bixiga”, que falava sobre uma confusão no bairro. Atualmente, o local abriga teatros, bares, cantinas e cafés – além do bom e venho samba! Para quem quiser conhecer as histórias da região, é bacana visitar o MUMBI – Museu Memória do Bixiga.
“Domingo nós fumo num samba no bexiga / Na rua major, na casa do nicola / À mezza notte o’clock / Saiu uma baita duma briga / Era só pizza que avuava junto com as braxola”.
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