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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

5 carreiras para quem quer trabalhar com Games

Os jogos eletrônicos podem até parecer puro entretenimento, mas muita gente tira seu sustento justamente disso. Só no Brasil, o mercado de games tem uma receita anual de 1,3 bilhão de dólares, segundo o relatório Brazil Digital Report de 2019. Com mais de 60 milhões de jogadores, o país tem o terceiro maior mercado do setor no mundo. Em outubro de 2020, o youtuber Cellbit, que cria conteúdo voltados para fãs de games, conseguiu arrecadar mais de 2 milhões de reais em uma semana em um financiamento coletivo para desenvolver seu próprio jogo. É inegável: o mundo dos jogos eletrônicos já se estabeleceu com um futuro promissor para quem quer seguir carreira.

Para te ajudar a explorar esse mundo, o GUIA separou algumas das áreas de trabalho para quem se interessa pelo tema.

Programação

O programador é geralmente quem trabalha desde as primeiras etapas do desenvolvimento de jogos. Ele cria os comandos no software, bem como a lógica para que o programa funcione como planejado. Entre os papéis envolvidos no desenvolvimento de jogos, esta é, geralmente, a que mais participa de todas as etapas, desde o esboço até os testes finais. Ele pode se graduar em Ciência da Computação ou em cursos mais específicos, como o Design de Games.

Arte Gráfica

O designer, artista ou animador de games é o responsável por projetar e criar a estética dos jogos. O profissional da área faz a animação e as texturas do jogo, usando softwares de animação para fazer os cenários e os personagens agirem de acordo com o planejado. O curso de Jogos Digitais mistura conhecimentos de Informática e Desenho e já existe em faculdades como a PUC-SP, o IFRJ e a FATEC-AM. Nele, se aprende a construir uma representação gráfica de personagens e cenários, além das animações de tela.

++ Orientação profissional: o que faz o Design de Games

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Sonorização

Como a maioria dos conteúdos digitais, jogos eletrônicos precisam de profissionais especializados para criar o ambiente sonoro. A formação em Música, Audiovisual ou Produção Musical pode ajudar o futuro sonorizador a compor a trilha e os efeitos sonoros do jogo. Nesse ramo, também entram dubladores, que dão vida aos personagens dos games. Nesse caso, é necessário ter o DRT, um registro para atores formados.

Jogar profissionalmente

Jogar e-sports já deixou de ser uma atividade apenas para amadores. Hoje, já existem diversas premiações na área e times que contratam jogadores para vestirem sua camisa. O campeonato mais conhecido no Brasil é o CBLOL, que reúne times profissionais do jogo League of Legends. Semelhante aos atletas dos esportes tradicionais, os atletas de jogos eletrônicos são considerados como de alto rendimento e passam por uma rigorosa rotina de treinos.

K/DA é um grupo feminino virtual de K-pop que consiste em quatro versões das personagens de League of LegendsPinterest/Divulgação

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Jornalismo de e-sports

Com o mercado de Games em alta no Brasil e no mundo, profissões mais tradicionais criam ramos ligados a esse universo. O jornalista de e-sports pode trabalhar como narrador ou comentarista em competições, bem como ocupar o cargo de repórter, alimentando veículos de informação com notícias da área. Em 2020, até canal de televisão para esse público surgiu. Foi anunciado que o antigo canal da MTV Brasil agora vai se chamar Loading e surge com a proposta de trazer, em cobertura aberta, conteúdo de jogos digitais e e-sports, bem como séries e filmes jovens.

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Kamala Harris e a importância da representatividade

Em 2020, as eleições nos EUA foram cercadas de polarização, fake news e desconfianças quanto à legitimidade da contagem de votos. A vitória de Joe Biden – reconhecida tanto internamente como pela maioria dos líderes globais – é histórica não apenas pela derrota da extrema-direita, representada pelo atual presidente Donald Trump, mas também pela presença da vice eleita, Kamala Harris. Ela é a primeira mulher e a primeira pessoa negra a ocupar o cargo. 

A ascensão da hoje senadora vem num ano marcado pelos protestos em prol do combate antirracista, o Black Lives Matter.  Mas o que a vitória da chapa Biden-Harris significa para a representatividade de negros em cargos de liderança? Além disso, em países com histórico escravagista, como Estados Unidos e Brasil, as oportunidades nas universidades e no mercado de trabalho melhoraram realmente ou ainda há uma dívida histórica para ser paga?

Para começar a entender essa questão, vamos conhecer um pouco mais dessa vice-presidente histórica.

Afinal, quem é Kamala Harris?

Filha de mãe indiana e pai jamaicano, a primeira vice-presidente negra tem uma história de pioneirismo na política. Ela foi a primeira negra procuradora na história do estado da Califórnia e a segunda mulher a ocupar uma cadeira no Senado nos Estados Unidos. Pré-candidata pelo partido Democrata para as eleições de 2020, Kamala suspendeu sua campanha e foi escolhida para integrar a chapa presidencial de Joe Biden, em agosto. A escolha de Harris deu força para a candidatura democrata, uma vez que, em meio aos protestos do Black Lives Matter, ela se tornou uma figura representativa.

Kamala é pop. Mais acessível e carismática do que os candidatos à presidência, ela recebeu apoio da camada mais jovem da população americana. A história de seus pais imigrantes e até de seu relacionamento com o atual marido, Douglas Emhoff, aproximou a senadora dos eleitores.

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Kamala tem um currículo invejável e, segundo muitos analistas, está sendo preparada para assumir a cabeça da chapa em 2024, uma vez que Biden estará perto dos 82 anos na próxima campanha. Não seria a primeira vez que os Estados Unidos teriam um presidente negro – Barack Obama governou de 2009 a 2017. Mas seria a primeira mulher no comando do país. Mas, para muitos brasileiros, ela não é percebida como uma mulher negra por causa do seu tom de pele mais claro.

O GUIA conversou com Linoca Souza, artista visual negra que ilustra a coluna de Djamila Ribeiro no jornal Folha de S. Paulo. Em seu trabalho, ela busca a representação da mulher e de religiões de matriz africana. “Meu trabalho tem uma busca do meu lugar no mundo e da minha compreensão como pessoa não-branca no Brasil”, diz ela. “Assim como muitas pessoas filhas de pessoas pretas e que tem tons de pele mais claro no Brasil, acabo caindo neste lugar de tentar entender o que somos. Não somos brancas, mas o que nos ensinam sobre o fenótipo de pessoas pretas também parece distante em muitos momentos. Ainda mais com o mito da democracia racial, que finge que somos todos iguais.”

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A artista visual Linoca Souza representa as mulheres negras em seu trabalhoLinoca Souza/Divulgação

É inegável que os exemplos de mulheres negras em destaque têm crescido na última década. Beyoncé, Lupita Nyong’o,  Lizzo e Maju Coutinho, que hoje ocupa sozinha a bancada do Jornal Hoje na TV Globo, são apenas alguns dos grandes nomes que servem de inspiração quando se fala de representatividade. Em 2019, por exemplo, a cantora IZA foi destaque no Rock in Rio ao trazer uma menina negra de 9 anos para dançar no palco com ela. Hoje, a menina Luara tem mais de 280 mil seguidores no Instagram.

Falta representatividade?

A representação de negros e mulheres na política, na educação e no mercado de trabalho melhorou, mas ainda há muito para mudar. Dados da União Interparlamentar mostram que apenas 24% de todos os parlamentares mundiais são mulheres. No Brasil, as mulheres representam somente 16% do total de políticos eleitos em 2018, mesmo somando 52% da população geral, segundo o TSE.

Para a população negra, a falta de representação vai além das cadeiras políticas.  De acordo com a pesquisa “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, em 2019, o índice de alunos pardos e negros matriculados em universidades públicas brasileiras superou a taxa de alunos brancos pela primeira vez na história alcançando 50,3%. No entanto, quando se compara esses números com os índices da população branca, a desigualdade racial continua latente.  O IBGE aponta que 78,8% dos jovens brancos entre 18 e 24 anos estão no Ensino Superior. Entre os negros na mesma faixa etária, essa porcentagem cai para 55,6%.

Maniqueísmo

Linoca chama atenção para a visão maniqueísta que pode acontecer em torno da figura de Kamala. “Eu visualizo a importância da figura dela de modo estratégico para a retirada do Trump.  Entretanto, não podemos achar que haverá uma grande transformação, que os EUA deixarão de brigar por ser potência, ou que o partido não terá algumas questões ao longo do mandato que serão contrárias ao que eu ou outras pessoas negras e imigrantes dos EUA acreditam”.

E como melhorar a representatividade?

Para a artista, na política, a mudança deve vir dos partidos, que devem se mobilizar para, além de lançar candidatura, dar suporte a mulheres candidatas. Ela lembra do caso de Lélia Gonzalez, referência no ativismo negro até hoje, que se candidatou como deputada federal na década de 1980 e não foi eleita por falta de apoio. “Anos se passaram e continuamos na mesma situação. Partidos que utilizam figuras femininas para se promoverem, mas não se organizam sequer para manterem um comitê para essas mulheres.”

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Caminho aberto para outras mulheres?

No período da eleição de Dilma Rousseff como primeira presidente mulher no Brasil, analistas diziam que ela havia quebrado um “teto de vidro” – o que seria uma metáfora para barreiras invisíveis que impediam mulheres de ocupar cargos como o dela. Kamala, nesse caso, representaria o mesmo na política norteamericana.

“Ocupar um cargo pela primeira vez é grandioso e necessário, mas não rompe todas as barreiras, porque o padrão masculino, branco e hétero, que vem sendo construído há anos, ainda não oferece as mesmas oportunidades para as mulheres.”

Linoca Souza

A menor representação e a falta de oportunidades não se justifica pela competência das mulheres em cargos de liderança no mundo. Em 2020,  uma pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial e pelo think tank Center for Economic Policy Research, chamada “Liderando a luta contra a pandemia: Gênero ‘realmente’ importa?”, em tradução livre, mostra que países governados por mulheres tiveram resultados “sistematicamente e significativamente melhores” na resposta ao coronavírus. Estabelecendo medidas rígidas de isolamento mais cedo, estes países reduziram pela metade o número de mortes em relação a nações encabeçadas por homens. A reportagem de Veja detalha esse desempenho das lideranças femininas aqui

A ilustradora é otimista, mas com ponderação: “Eu vejo um leve aumento da presença feminina em espaços políticos, cargos públicos e também lideranças de empresas. Mas isso ainda precisa aumentar em muitos níveis. Se olharmos o caso do assassinato de Marielle Franco ou até mesmo as cobranças que já vêm sendo feitas com a Kamala, independente das afinidades que as pessoas tem com ela, vemos que barreiras estão apenas começando a serem trincadas”, finaliza Linoca.

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Dá para ir bem na redação sem dominar o tema?

A redação é a prova mais temida por boa parte dos vestibulandos. Para se dar bem, é preciso treinar muito, estudar quais os temas têm mais chances de serem cobrados e analisar as coletâneas fornecidas pelas bancas. E todas essas atitudes são realmente muito importantes para um bom desempenho. Mas e se depois de todo esse esforço a proposta apresentar um assunto para o qual você não treinou?

Em primeiro lugar, nada de se desesperar! Segundo Fabiula Neubern, coordenadora de Redação do Curso Poliedro, se o candidato for um leitor assíduo, ou seja, alguém que lê jornais, sites de notícia, blogs ou livros cotidianamente, é possível ter um bom desempenho mesmo não dominando o tema. “Isso porque os temas de vestibular versam sobre questões atuais e que envolvem a sociedade na qual o vestibulando vive e da qual, espera-se, participa”, explica. 

Se, por exemplo, o tema solicitado por um exame for a “Dispensa remunerada de diaristas durante a pandemia” pode ser que esse tema, em específico, não tenha sido proposto nas aulas de redação durante o ano de 2020, mas o fato de ser algo que foi bastante divulgado nos portais de notícia e, também pelo fato de estar contido em assuntos sempre relevantes como as relações de trabalho e o desemprego, há boas chances de o aluno leitor conseguir escrever uma ótima redação com base nas suas leituras, vivências e no bom uso da coletânea

Ela ressalta que, se o tema já tiver sido treinado ao longo do ano, as sensações de segurança e de tranquilidade de não estar “no ponto zero” auxiliam no desempenho, mas isso não é tudo – o repertório sempre ajuda. 

Milton Costa, professor da Oficina do Estudante, também explica que a prova de redação do vestibular não deve ser passional. É, antes de tudo, uma prova técnica, que testa habilidades que podem ser adquiridas, ensinadas e aprendidas, treinadas, trabalhadas. E esse treino, para ser bom, deve ser indiferente aos temas, pelo simples fato de ser impossível treinar todos eles. “O candidato deve estar preparado para escrever sobre o que aparecer, independentemente do nível de conhecimento que ele tem acerca do assunto ou do tema”, diz. 

Além disso, no geral, as coletâneas são suficientes para se produzir bons textos. “Fazer com que os excertos dessa coletânea, bem como os dados nela contidos, dialoguem com outros textos fora dali é o desejável, e é aí que mora o repertório próprio. Busque dialogar com o que sabe e é muito difícil que você não saiba nada de fato”, afirma Costa. 

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É importante lembrar, também, que a estrutura estudada e reproduzida nos textos escritos ao longo do ano representa uma significativa parte do desempenho, pois nos diversos vestibulares, a nota de tema faz parte de uma pequena porcentagem do total. “A técnica de escrita tem um peso enorme e que nem sempre é observado ou valorizado. No Enem, por exemplo, 20% da nota diz respeito ao domínio da língua. Outros 20%, ao uso de mecanismos linguísticos que garantam a coesão”, diz Neubern. Ou seja, uma boa redação é um conjunto entre técnica de escrita e leitura, não somente conhecimento do tema. 

A melhor preparação

Além de obviamente produzir no mínimo uma proposta por semana, é necessário dedicar pelo menos uma hora de leitura diária a textos da imprensa tradicional, portais de notícia, jornais, blogs, de domingo a domingo, sobre diversos temas. O importante é estabelecer o hábito. Segundo Costa, essa tarefa diária é tão importante quanto aquela lista imensa de exercícios de Física que você tem para fazer. Depois de uma semana agindo assim, de forma disciplinada, os resultados já vão aparecer. 

Dica: procure veículos confiáveis e tente ler pontos de vista diferentes. “Todos os dias há opiniões divergentes sobre tudo, de democracia a meio ambiente, de ditadura a liberdade de expressão, dos mais preparados especialistas ao mais interessado dos leitores, em cartas, ensaios, crônicas, editoriais, artigos, charges, tirinhas e colunas, além de informação em forma de notícias e reportagens”, diz Costa. Aproveite e explore essa pluralidade.

Na hora da prova

Se você não dominar o tema, comece se perguntando:

  1. Em qual eixo temático ou “grande assunto” esse tema está contido?
  2. Tenho histórico de leitura ou de escrita relacionado a esse eixo?
  3. O que posso aproveitar/vincular com essa escrita ou leitura anteriores?

Depois faça uma leitura atenta da coletânea, identificando pontos relevantes com os quais você possa “dialogar”, ou seja, pontos que podem ser analisados com as suas ferramentas: opinião, visão crítica e repertório. Se conseguir lembrar de algum episódio de filme, série, novela, HQ ou livro que possa servir de ilustração para os argumentos que estiver desenvolvendo, bote no papel e dê detalhes suficientes para que quem não saiba do que se trata possa entender a referência. Resolver outras questões da prova também ajuda no desenvolvimento de ideias. 

Com todos esses elementos em mãos é a hora de encarar esse desafio e aproveitar os recursos que você treinou ao longo do ano para entregar um texto bem estruturado, gramaticalmente correto e amarrado com seu repertório.

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Tema de redação: o combate aos maus-tratos a animais

Não é de hoje que as bancas dos grandes vestibulares estão de olho em temas relacionados aos direitos dos animais. A Unicamp, por exemplo, já tocou no assunto em uma proposta de redação sobre uso de animais em experimentos científicos. Já o Insper, mais recentemente, falou sobre animais de tração em cidades turísticas. 

Apesar de ser amplamente discutido, os direitos dos animais e o combate aos maus-tratos está longe de ser um tema gasto ou velho. Pelo contrário: uma mudança na legislação o atualizou ainda mais este ano e fez com que diversos professores o cotassem como um forte candidato à tema de redação de grandes vestibulares

Sancionada no final de setembro pelo presidente Jair Bolsonaro, a Lei 1095/2019, que ficou conhecida como Lei Sansão, endurece as penas para quem pratica maus-tratos contra cães e gatos. Antes dela, a punição era regulada pela artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, que previa detenção de três meses a um ano e multa. Acontece que, na prática, essa pena era quase sempre convertida em prestação de serviços e doação de cestas básicas. 

Agora, com a Lei Sansão, quem for denunciado por maltratar esses animais de estimação pode ser punido com dois a cinco anos de reclusão, multa e a proibição de ter a guarda de outros bichos no futuro. Para defensores da causa animal, a mudança na legislação já é um passo e tanto –  embora não solucione o problema por si só, é claro. 

Em entrevista ao UOL, Carlos Frederico Ramos de Jesus, jurista especialista em direito animal e professor da Faculdade de Direito da USP, afirmou que o aumento da pena funciona como “um elemento de dissuasão da prática do crime” e, por isso, deve sim ter impacto na redução do número de casos de maus-tratos. 

Além dessa mudança na legislação, o tema também se mantém recente, infelizmente, em função desse aumento de casos de violência contra os animais, ainda mais em tempos de pandemia. Apenas no estado de São Paulo, o número de denúncias de episódios de maus-tratos aumentou 81,5% no primeiro semestre de 2020 em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo informações da Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (DEPA) de SP. 

Em outros estados do país, a tendência parece ser a mesma. A Comissão de Bem-Estar Animal da Ordem dos Advogados do Brasil de Alagoas (OAB/AL) divulgou este mês que a média de denúncias diárias por maus-tratos no estado mais que duplicou em 2020. 

Para entender como a proteção aos animais pode virar tema de redação no Enem ou outros vestibulares, o GUIA conversou com dois professores de redação e reuniu dicas de como argumentar sobre o assunto. Confira!

Direitos de todos os animais?

Quando falamos em direitos dos animais, ou mesmo em maus-tratos, uma porção de situações podem vir à cabeça. Cachorros e gatos de rua que sofrem todos os dias com fome, sede e agressões. Outros que têm um lar mas ainda assim não são bem tratados por seus tutores. 

Ou podemos pensar ainda nas grandes redes de tráfico que capturam aves silvestres ainda do ninho para comercializar como pets e caçam grandes felinos para vender suas peles. E por que não falar dos maus-tratos que sofrem aqueles animais da chamada indústria da carne, como galinhas, porcos e vacas que nascem e crescem confinados?

Ufa, você deve ter percebido que esse tema está longe de ser simples e existe uma vastidão de tópicos que podem ser abordados a partir dele. Felizmente, você está tendo essa surpresa antes de estar diante de uma folha em branco no dia do vestibular. E a dica do professor Milton Costa, professor de Redação do Oficina do Estudante, torna esse “problema” bem mais simples do que parece ser. Para saber se você precisa falar de todos esses tipos de animais e situações, ou se pode se ater a apenas um grupo deles, basta estar atento ao que pede a proposta de redação!

Tanto ele quanto a professora Gabrielle Cavalin, coordenadora de Redação do Curso Poliedro, destacam que essa tendência de recorte vai depender do tipo de prova e do histórico daquele vestibular. Cavalin aponta que vestibulares como a Fuvest, que tradicionalmente pautam temas mais abstratos e abrangentes, tenderiam a fugir de recortes, pedindo que o candidato explorasse a relação do ser humano com os animais, por exemplo. Neste caso, o estudante poderia escrever tanto sobre o abandono de pets quanto sobre o tráfico de animais silvestres, de forma a trazer a discussão para o plano concreto. 

Tomando cuidado, é claro, para não tornar apenas um desses exemplos o tema central e fugir da proposta, alerta o professor do Oficina do Estudante! Em propostas mais abertas, o candidato tem mais possibilidades de exemplos e caminhos para argumentação, mas nem por isso cabe a ele fazer um recorte que descaracterize o pedido da banca. Afinal de contas, uma redação sobre “direitos dos animais” não é a mesma coisa que uma sobre “abandono de pets”, certo?

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Por outro lado, vale também a atenção em casos contrários: se a proposta de redação pede um recorte específico dentro deste universo, falando, por exemplo, sobre o uso de animais em experimentos científicos, como fez o vestibular da Unicamp,  o candidato precisa manter o foco de sua argumentação sob este aspecto. 

Quer um exemplo? O professor Milton lembra o caso da Unifesp e do Enem, que já ambos abordaram em suas provas a intolerância. A diferença é que no Enem pedia-se que o candidato falasse a respeito da intolerância religiosa –  e por isso não faria sentido que ele discorresse a respeito da intolerância sobre sexualidade. Já na Unifesp, o candidato tinha liberdade para falar de diversas manifestações de intolerância. 

Da cultura à exploração econômica: caminhos para argumentação

Historicamente, outros animais sempre foram tratados pelos seres humanos como espécies inferiores. E não é de se estranhar: nada mais nada menos que o livro mais vendido de todos os tempos defende essa visão logo em suas primeiras páginas. Olha só:

Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão”.

É claro a Bíblia não ditou desde sempre o senso de superioridade dos seres humanos em relação aos animais, mas considerando que a cultura ocidental tem um influência gigantesca do cristianismo, ela sem dúvidas ajudou a consolidar a ideia. Assim como o fez a literatura, o cinema e diversos outros elementos culturais ao longo da história. Esse viés antropológico e cultural é, sem dúvidas, um dos caminhos argumentativos, destaca o professor do Oficina do Estudante. 

Para Gabriela, o argumento é interessante por dar conta de explicar a origem em comum de maus-tratos aos animais em diversas situações, dos pets aos bichos traficados. Em todos esses casos, há a percepção de que as pessoas têm algum tipo de soberania e de que são, de fato, superiores aos animais.

Por fim, um outro argumento possível levantado pela professora é o econômico, já que a exploração animal dá –  e muito! –  retorno financeiro, tanto legal quanto ilegalmente. Em entrevista ao UOL, o diretor da RENCTAS (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres) estimou que o comércio ilegal de animais silvestres movimenta cerca de R$ 3 bilhões todos os anos. Já a indústria da carne fica na casa dos R$ 167,5 bilhões.. E não para por aí: os animais também geram lucro no entretenimento (com os circos, por exemplo) e até no comércio de cães de raça.  

Relação com a pandemia

Embora não aposte que o Enem possa cobrar um tema diretamente relacionado à pandemia e ao coronavírus, a professora do Poliedro aponta que essa é uma relação que pode ser feita pelo próprio estudante. Inclusive se o tema da redação for maus-tratos aos animais! 

Além do aumento de casos de maus-tratos durante o primeiro semestre da pandemia –  quando muitas pessoas ficaram em casa com seus pets por conta do isolamento social –  uma outra tendência verificada por Ongs foi o crescimento do abandono de animais de estimação. A estimativa, segundo reportagem publicada na Folha de S. Paulo, é que o abandono tenha crescido até seis vezes em relação ao ano passado.

Além disso, a forma problemática como o ser humano se relaciona com animais silvestres também foi posta em xeque durante a pandemia. Afinal de contas, o hospedeiro inicial do vírus foi, ao que tudo indica, um animal comercializado vivo nos mercados da China  –  cientistas ainda não conseguiram cravar se um morcego, pangolim ou outro. 

Na última semana, o governo dinamarquês quase sacrificou 17 milhões de visons –  pequeno animal que alimenta o mercado de peles no país –  depois de encontrar neles uma nova mutação do coronavírus. 

Para aprender mais

Quer entender mais sobre o assunto e reunir ainda mais referências sobre ele? Reunimos alguns livros, reportagens e documentários que podem te ajudar:

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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Dia do Pantanal marca luta pela preservação do bioma

O dia 12 de novembro é considerado o Dia do Pantanal.  A data foi instituída pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e também por uma lei estadual do Mato Grosso do Sul, em homenagem ao ambientalista Francisco Anselmo de Barros, que morreu em 2005 durante um protesto em defesa do bioma.

O Jaburu ou Tuiuiú e a ave símbolo do PantanalPinterest/Reprodução

Com o título de maior planície alegada do mundo e Reserva da Biosfera ratificada pela Unesco, o Pantanal é rico em biodiversidade e se estende por Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bolívia e Paraguai. Ao todo são quase 624.320 km² de área distribuídos entre três países, mas aproximadamente 62% está localizada em território brasileiro.

Apesar de toda riqueza e importância que o Pantanal representa para o equilíbrio ecológico do meio ambiente. Neste ano, uma série de queimadas devastaram 29% de sua área, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), também afirmam que houve um aumento de 200% nos focos de incêndio entre 2019 e 2020.

<span class="hidden">–</span>Reprodução/Divulgação

Estudos indicam que o bioma abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos sendo 2 endêmicas.

O GUIA preparou uma série de reportagens especiais que vão ajudar você a entender melhor a importância do bioma, como ele é cobrado nos vestibulares e qual a relação das mudanças climáticas com as queimadas. Confere aí

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++ Animais em risco de extinção com as queimadas no Pantanal

++ Pantanal em chamas: como é o bioma e como ele é cobrado nas provas

++ Conheça os biomas brasileiros

++  Qual a relação entre as mudanças climáticas e as queimadas?

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Revolta da Vacina convulsiona o Rio contra reforma urbana autoritária

O Rio de Janeiro era a capital federal quando, em novembro de 1904, foi palco de uma das maiores revoltas urbanas ocorridas no Brasil: a Revolta da Vacina. A população tomou as ruas por vários dias em manifestações que acabaram em violentos conflitos com a polícia. O estopim foi uma medida adotada pelo então presidente, Rodrigues Alves: a vacinação obrigatória contra a varíola. Mas a raiz da revolta era a reurbanização da cidade, que removeu parte da população à força para bairros distantes. Na época, o Rio contava com 800 mil habitantes, e a cidade passava constantemente por surtos de doenças infectocontagiosas, como febre amarela, varíola e peste bubônica. Na tentativa de pôr fim a esse quadro, o presidente pôs em marcha um ambicioso plano de saneamento e higienização. O projeto, porém, envolvia medidas que prejudicavam a população mais pobre.

O paulista Rodrigues Alves havia assumido a Presidência em 1902. Seu programa incluía modernizar o porto e a cidade, atacando o maior mal da capital: a disseminação de doenças. A situação era tão crítica que, durante o verão, os diplomatas se refugiavam em Petrópolis (RJ) para fugir do risco de contágio. O Rio de Janeiro tinha então o título de “túmulo dos estrangeiros”. Para a elite local, o projeto sanitário deveria ser executado a qualquer preço.

Bota-abaixo

O presidente nomeia dois assistentes para a reforma urbana: o engenheiro Pereira Passos, como prefeito, e o médico sanitarista Oswaldo Cruz, como diretor de Saúde Pública. Cruz assume em março de 1903. Em nove meses, são derrubados 600 edifícios e casas para abrir a Avenida Central (atual Avenida Rio Branco). Para aplicar os preceitos higienistas, foram removidas milhares de famílias pobres, transfigurando por completo a paisagem do centro. A ação, conhecida como “bota-abaixo”, empurrava os mais pobres para periferias e morros mais distantes.

Para combater a febre amarela, transmitida por mosquitos, organiza-se uma grande equipe de “mata-mosquitos”. Os funcionários tinham o poder de invadir os lares cariocas. No primeiro semestre de 1904, foram feitas 110 mil visitas domiciliares, e interditados 626 edifícios e casas. A população contaminada era internada em hospitais. Para controlar a peste bubônica, a prefeitura promove a “guerra aos ratos”, e chega a comprar os animais mortos de quem os caçava. Já se sabia que eram as pulgas dos roedores as transmissoras da doença.

Por seu caráter autoritário e invasivo, desrespeitando lares e despejando famílias, a nova política sanitária gerou grande descontentamento popular. Batizadas pela imprensa de Código de Torturas, as medidas desagradaram também líderes políticos, que reclamavam da violação de direitos individuais.

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Rebelião nas ruas

A medida higienista mais polêmica foi tornar obrigatória a vacinação contra varíola, aprovada em 31 de outubro de 1904. Em 10 de novembro, devido à proibição de reuniões públicas, a polícia investe contra estudantes que pregavam resistência à vacinação. Foram recebidos a pedradas. No dia seguinte, forças policiais e militares recebem ordens para reprimir um comício contra a vacinação, e o confronto se generaliza para outras áreas do centro, levando ao fechamento do comércio. Nos dias subsequentes, os conflitos se agravam. Há trocas de tiros e a população incendeia bondes, quebra postes de iluminação e vitrines de lojas, invade delegacias e um quartel.

A revolta durou seis dias e só arrefeceu quando o governo recuou e cancelou a vacinação obrigatória.

Em 14 de novembro, 300 cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha tentam depor o presidente, num golpe armado por monarquistas e grupos de oposição. Recebem o apoio de outras forças militares. No Botafogo, encontram-se com as tropas governamentais. Segue-se um intenso tiroteio e a debandada é geral. Os tumultos persistem no dia seguinte, e continuam os ataques às delegacias, ao gasômetro, às lojas de armas.

Em 16 de novembro, o governo decreta estado de sítio. Ainda há confrontos em várias partes. Tropas do Exército e da Marinha ocupam bairros populares. O governo acaba por recuar e revoga a obrigatoriedade da vacinação. Mas permanece válida a exigência do atestado de vacinação para trabalho, viagem, casamento e matrícula em escolas, de maneira a dificultar a vida dos que se recusam a ser vacinados.

A revolta deixa um saldo de 30 mortos, 110 feridos e 945 presos, dos quais 461 são enviados para a Amazônia. A polícia aproveita os tumultos e recolhe os moradores de rua. São todos enviados para a Ilha das Cobras, espancados, amontoados em navios-prisão e deportados para o Acre a fim de trabalharem nos seringais amazônicos. Muitos morrem antes de chegar ao destino. 

Para o regime republicano instaurado havia 15 anos, no qual a participação política da maior parte da população era negada, as manifestações representaram uma reação diante do tratamento autoritário do governo em relação ao povo. Mais que um levante dos cariocas contra medidas sanitárias, a Revolta da Vacina simboliza a resistência popular frente à truculência elitista da República Velha (1889-1930). A vacinação foi mais uma medida para disciplinar a população pobre, vista como obstáculo ao desenvolvimento do país.

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Revolta da Vacina convulsiona o Rio contra reforma urbana autoritária publicado primeiro em https://guiadoestudante.abril.com.br



Como é comprovada a eficácia de uma vacina?

Na última segunda-feira (9), empresa americana Pfizer e a alemã BioNTech divulgaram o resultado preliminar da fase 3 (a última etapa de testes antes da aprovação) da vacina que estão desenvolvendo em parceria. Os dados sugeriram mais de 90% de eficácia do imunizante.

A notícia trouxe uma grande dose de esperança para o mundo, mas veio acompanhada de dúvidas: afinal, como eles chegaram a esse número? Será que o efeito continuará válido no futuro? O GUIA esclarece, vem com a gente!

Como se avalia a eficácia de uma vacina?

Para determinar a eficácia de uma vacina, ou seja, a capacidade de prevenir uma doença, voluntários da pesquisa são divididos em dois grupos iguais: um deles vai receber o placebo, que é uma dose sem efeito, e o outro grupo vai receber, de fato, o imunizante que está sendo testado. Depois de um determinado tempo, verifica-se quais participantes da pesquisa ficaram doentes, e quantos deles correspondem à parcela que recebeu a vacina. Quanto menos contaminados no grupo que recebeu o imunizante, mais eficiente ela é.

No caso da vacina da Pfizer e da BioNTech, que começou a fase 3 no dia 27 de julho, 94 pessoas foram contaminadas até o momento da divulgação. Mas a empresa responsável não informou quantas tinham tomado a vacina ou placebo, apenas que o estudo de sete dias depois da segunda dose da vacina e 28 dias depois a primeira apontou mais de mais de 90% de eficácia. Sabe-se que 43 mil pessoas estão participando do estudo em diversos países – cerca de 3 mil voluntários no Brasil.

+ Se você ainda tem dúvidas sobre as etapas de testes para a aprovação de uma vacina, vale conferir nosso conteúdo especial sobre o assunto!

Quais são as garantias dessa eficácia?

O professor de Biologia do Curso Anglo Marcelo Perrenoud explica que como qualquer medicamento, nenhuma vacina é 100% eficaz em todas as pessoas vacinadas: “A ação imunológica de uma vacina no organismo humano depende de diversos fatores, tais como a idade, outras doenças ou patologias que a pessoa possa ter, o tempo decorrido desde a vacinação”. Além disso, o contato anterior com o agente causador da doença, o modo de inoculação da vacina e como ela é produzida podem afetar seus efeitos.

Outro ponto que coloca à prova a eficiência de uma vacina para combater a covid-19, e tem sido muito falado nas últimas semanas, é a mutação do coronavírus. A Dinamarca, por exemplo, falou recentemente sobre a existência de uma nova versão do Sars-Cov-2, conhecida como “cluster” 5, encontrada em visons.

O governo dinamarquês afirma que a nova variação não piora as complicações relacionadas à Covid-19 em humanos, mas atua de uma maneira que impede a produção de anticorpos. Esse fator pode prejudicar o desenvolvimento de vacinas contra a doença.

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+ Saiba mais sobre a mutação do coronavírus na Dinamarca, que está colocando a OMS em alerta

Dessa forma, esclarece o professor de Biologia, “doses mais eficazes e atualizadas deverão ser administradas periodicamente na população, assim como acontece hoje com a vacina da gripe”.

Perrenoud também ressalta que a eficácia e a segurança da vacina deverão continuar sendo testadas, principalmente, quando de fato ela for administrada em um grande número de indivíduos, como acontecerá em breve, assim que for disponibilizada para a maior parte da população mundial. Dessa forma, a análise da capacidade de gerar uma resposta imunológica duradoura, assim como dos efeitos colaterais, deverá prosseguir para que aconteça o processo de aperfeiçoamento do imunizante.

Quanto de eficácia é necessária para a aprovação de uma vacina?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma vacina para a Covid-19 deve ter pelo menos 50% de eficácia. Tanto a Anvisa como o FDA (órgão regulatório dos Estado Unidos) também adotaram essa porcentagem mínima.

Reportagem da revista Superinteressante explica que “para chegar nesse valor, o cálculo é feito com base no Teorema do Limiar. Ele indica o mínimo de pessoas que devem estar imunizadas para frear a pandemia”. Entenda melhor as equações usadas na avaliação neste link.

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