A Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA) criticou, na última terça-feira, 26, a ausência de homossexuais e demais homens que fazem sexo com homens na campanha de prevenção à Aids do Ministério da Saúde, que será veiculada no período do carnaval.
Para a Associação “faltou o recorte conforme os públicos com maior risco de exposição ao vírus. Dados do Boletim Epidemiológico de HIV e AIDS divulgado no final do ano passado, registram que as pessoas mais afetadas do sexo masculino foram os homossexuais. Em 2016, o grupo exibiu 51,7% dos casos diagnosticados e em 2017, este índice saltou para 53,6%. Já entre os heterossexuais, houve uma pequena queda no mesmo período (35,7% em 2016, e 34,1%, em 2017)”, apontou.
A entidade demonstrou preocupação com a população trans escanteada pelo ministério. “Embora o Boletim Epidemiológico não inclua pessoas trans, diversas pesquisas realizadas no Brasil apontam que essa população é a mais afetada pela epidemia. É importante evitar que o silêncio venha reforçar ainda mais os estigmas sobre esta população”, afirmou a ABIA.
“Seguiremos firmes em defesa da inclusão das populações mais vulneráveis e afetadas pela epidemia de HIV e AIDS nas campanhas do Ministério da Saúde. Também não abriremos mão de continuar a exigir um tratamento da sexualidade de forma mais aberta e de lutar em defesa dos direitos sexuais, dos direitos humanos e da manutenção e expansão do acesso à prevenção combinada para toda a população brasileira”, finalizou a entidade que reconheceu pontos positivos da campanha do Ministério da Saúde, como a linguem jovem eficaz que o material traz.
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