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terça-feira, 24 de setembro de 2019

Na ONU, Bolsonaro elege socialismo, mídia e países europeus como alvos

O presidente Jair Bolsonaro fez, nesta terça-feira, seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU (Organizações das Nações Unidas). O Brasil, por tradição, é o país que abre as falas dos líderes. Ele fez críticas duras à Venezuela, a Cuba, à França, defendeu a soberania quanto à Amazônia e afirmou ser mentira da imprensa nacional e mundial que o bioma esteja sendo devastado.

O presidente Jair Bolsonaro, que fez seu primeiro discurso na ONU

Dizendo ter “compromisso solene” com a preservação ambiental, Bolsonaro classificou a cobertura da  imprensa internacional sobre os incêndios recordes da Amazônia como “sensacionalista”. Segundo ele, é “falácia” dizer que o bioma é patrimônio da humanidade. O cacique Raoni Metuktire, conhecido internacionalmente, também foi alvo do presidente, pois ele não representaria todos os povos indígenas e apresentou a indígena Ysani Kalapalo como uma alternativa à defesa dos “nativos”.

“É uma falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a Amazônia, a nossa floresta, é o pulmão do mundo. Valendo-se dessas falácias um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa e com espírito colonialista. Questionaram aquilo que nos é mais sagrado, a nossa soberania”, disse, reforçando que o Brasil  é “um dos países que mais protegem o meio ambiente”.

O brasileiro afirmou que seu governo reduziu a criminalidade do país e fez a economia “reagir”. Segundo ele, surgiu, com sua posse, um “novo Brasil, que ressurge após o socialismo”, que teria colocado o país em um cenário de “corrupção generalizada”.

O presidente leu uma carta que afirmou ter sido enviada por comunidades indígenas e disse que não vai ampliar os 14% de demarcação de territórios para esses povos. “Quero deixar claro: O Brasil não vai aumentar para 20% sua área já demarcada como terra indígena, como alguns chefes de Estado gostariam que acontecesse.”

Segundo Bolsonaro, pessoas dentro e fora do Brasil, com apoio de ONGs, “teimam em tratar e em manter” os índios brasileiros “como verdadeiros homens das cavernas”.

“O Brasil agora tem um presidente que se preocupa com aqueles que lá estavam antes da chegada dos portugueses em 1500. O índio não quer ser latifundiário pobre em cima de terá rica”, afirmou.

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