Nem todos os caminhos levam a Roma, ao contrário do que diz o ditado. Aliás, está aí o presidente do Brasil para desmentir o provérbio. Afinal, Jair Bolsonaro não vai a Roma para a canonização de Irmã Dulce. E isso para agradar os evangélicos.
Na verdade, para agradar a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que é evangélica de raiz – nada de Nutella.
É para seguir a opinião dela que o presidente abriu mão de comparecer à cerimônia, que será celebrada pelo Papa Francisco no próximo domingo (13).
Bolsonaro havia sinalizado a possibilidade de ir a Roma, mas mudou de ideia, segundo apurou o jornalista Ricardo Noblat, da Veja.
Sobrou então para o vice-presidente Hamilton Mourão. É ele quem vai representar o governo na cerimônia.
E deverá voar em um jatinho da FAB com poucos lugares em vez de usar um Boeing presidencial.
Sínodo da Amazônia
Bolsonaro também não vai a Roma para demonstrar seu descontentamento com o Sínodo da Amazônia. Essa reunião de bispos e cardeais da Igreja Católica, que acontece no Vaticano, discute, até 27 de outubro, questões ambientais e sociais ligadas aos territórios da região amazônica.
E os assuntos em pauta, por sinal, batem de frente com posicionamentos do governo Bolsonaro.
Entre os temas, estão a situação de comunidades indígenas e ribeirinhas, o desmatamento e a conivência de governos com projetos econômicos danosos ao ambiente.
Então, Bolsonaro não vai a Roma. Escolheu outro caminho. Não vai prestigiar a canonização de Irmã Dulce. Optou por prestigiar a vontade da primeira-dama e dos evangélicos.
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