Um jovem de 22 anos acusa um padre da igreja que frequentava quando era adolescente no Guarujá, no litoral de São Paulo, de estuprá-lo.
Em entrevista ao G1, o estudante Lucas Grudzien afirmou que os abusos sexuais ocorreram quando ele era coroinha na Paróquia Senhor Bom Jesus, na Vila Zilda. Na ocasião ele tinha 15 anos.
O jovem conta que sonhava em ser padre e que frequentava a igreja desde pequeno. “Fui batizado ainda bebê, com nove anos fiz a primeira comunhão e aos 12 anos comecei a fazer o curso para ser coroinha. Essa foi a época em que o padre Felipe [Edson Felipe Monteiro Gonzalez] se formou e passou a atuar na paróquia que eu frequentava”, diz.
O jovem relatou que foi ensinado a jamais contrariar o padre. “Sempre tinha que chamar de senhor, mesmo quando o ato acontecia”, diz. “Nesse (primeiro) dia ele colocou um filme. Pediu para eu sentar no sofá com ele e deitar a cabeça no colo dele. Levantou minha blusa e começou a passar a mão”.
De acordo com o estudante, após esse dia, a situação passou a se repetir e o padre chegou a estuprá-lo diversas vezes, de agosto de 2012, até dezembro de 2013. “Eu estava muito perdido, eu vinha para casa e quando tomava banho, via que minha cueca estava suja de sangue. Queria poder apagar tudo isso. Me sentia um lixo. É horrível”, desabafa.
Outro lado
A defesa do padre Edson Felipe Monteiro Gonzalez nega as acusações.
Em nota, a Diocese de Santos, responsável pelas paróquias da região, diz que o “padre foi afastado cautelarmente do exercício do ministério sacerdotal e que toda a documentação relativa à investigação prévia foi enviada à Congregação para a Doutrina da Fé, em Roma, no dia 1º de novembro de 2016”.
A nota diz ainda que a “Congregação para a Doutrina da Fé decidiu dar sequência, com um processo penal administrativo, e encarregou ao bispo diocesano o ofício de instaurá-lo, conforme as normas do Direito Canônico (Cânon 1720). A conclusão do Processo Administrativo resultou na penalidade canônica de afastamento do exercício público do ministério sagrado por cinco anos (conforme Cân. 1336 § 1 n.2), quando, então, a Congregação para a Doutrina da Fé decidirá sobre os encaminhamentos seguintes e qual será a decisão final.
O inquérito policial instaurado pelo Ministério Público foi arquivado, sem oferecimento de denúncia. (…) Durante todo o tempo, desde a investigação prévia, o bispo diocesano esteve à disposição da família e de suas advogadas para esclarecer quaisquer eventuais dúvidas.
Atualmente, pe. Edson Felipe Monteiro Gonzalez realiza trabalhos técnicos, junto ao Depim (Departamento do Patrimônio Imobiliário da Diocese). O trabalho que realiza é pertinente com sua formação de arquiteto.”
Veja também: Padre é denunciado por assédio sexual a coroinhas
Ex-coroinha acusa padre de estuprá-lo no Guarujá (SP) publicado primeiro em https://catracalivre.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário