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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

9 livros de autoras negras que abordam o racismo

Escravidão, silenciamento, violência, abusos e desigualdades são alguns dos temas presentes em nove obras escritas por mulheres negras sobre racismo que você precisa conhecer. Lembrando que é extremamente importante analisar esse tipo de preconceito pelos olhos de quem já viveu ou vive essa realidade.

Essas autoras são referências no Brasil e em algumas no mundo sobre o assunto. Ter contato com essas obras irá permitir que você expanda seu panorama do assunto. Confira.

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Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus

O livro Quarto de Despejo é um diário biográfico de Carolina Maria de Jesus, lançado em 1960. Moradora da favela do Canindé, em São Paulo (SP), e catadora de papel, Carolina registrava seu dia a dia em cadernos que encontrava enquanto trabalhava. 

Desses textos surgiu o livro que reúne um retrato da vida na comunidade pelos olhos de quem estava lá todo dia, enfrentando dificuldades e miséria. O trabalho se tornou um best-seller, vendido em dezenas de países e traduzido em mais de 15 idiomas.

 

Quem tem Medo do Feminismo Negro?, de Djamila Ribeiro

O livro é um ensaio autobiográfico que também reúne uma seleção de artigos publicados pela filosofa no blog da Revista Carta Capital, entre 2014 e 2017. A autora relata acontecimentos da infância e da adolescência para discutir o que chama de silenciamento, um processo de apagamento da personalidade, resultado da discriminação. 

Apenas no final da adolescência Djamila entrou em contato com autoras que a fizeram ter orgulho de suas raízes, como Chimamanda Ngozi Adichie, Sueli Carneiro, Alice Walker e Conceição Evaristo. Os textos também abordam temas como o aumento da intolerância às religiões de matriz africana e os ataques a celebridades e jornalistas, como Maria Júlia Coutinho, da TV Globo.

A Cor Púrpura, de Alice Walker

Vencedor do Prêmio Pulitzer, a Cor Púrpura conta, por meio de cartas dirigidas a Deus e à irmã da protagonista, a história de uma mulher negra no sul dos Estados Unidos nos anos 1930, que foi abusada desde criança pelo pai e, posteriormente, pelo marido.

O livro também virou um filme dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Whoopi Goldberg. Apesar das muitas indicações, a obra não conquistou o Oscar em nenhuma categoria, o que foi extremamente criticado na época e serviu como mais um argumento contra o racismo presente na Academia. 

Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves

Um Defeito de Cor é uma recriação ficcional da história de Luísa Mahin, mãe do poeta Luís Gama, que participou da Revolta dos Malês (1835), na Bahia. A narrativa gira em torno da personagem Kehinde, uma mulher africana, idosa, cega e à beira da morte que viaja para o Brasil em busca de seu filho. O livro faz um retrato da formação do povo brasileiro, chega a se entrelaçar com fatos históricos e aborda temas como escravidão e violência.

Olhos d’Água, de Conceição Evaristo

Vencedor do Prêmio Jabuti em 2017, Olhos d’Água reúne 15 contos que abordam a miséria, a desigualdade social, a violência urbana e dilemas sobre o amor, a vida e a ancestralidade africana. Sem idealizações ou sentimentalismo, o foco da obra está em mostrar as dificuldades enfrentadas pela comunidade afro-brasileira.

Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil, de Sueli Carneiro

O livro reúne alguns dos melhores artigos produzidos entre 2001 e 2010 pela ativista e feminista negra Sueli Carneiro, fundadora do Geledés Instituto da Mulher Negra. Além de proporcionar uma reflexão à sociedade brasileira, a obra mostra como o racismo e o sexismo estruturam as relações sociais, políticas e de gênero no país.

Mulheres, Raça e Classe, de Angela Davis

Esta é considerada uma das obras mais importantes de Angela Davis, professora e filósofa que integrou o movimento dos Panteras Negras nos EUA. O livro faz um panorama histórico e crítico das relações entre capitalismo, feminismo, racismo e escravidão, passando pelos dilemas contemporâneos da mulher.

Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola, de Maya Angelou

Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola é o primeiro dos cinco volumes da autobiografia de Marguerite Ann Johnson, ou Maya Angelou, poeta, escritora, cantora e ativista. Nascida em 1928, ela foi criada no sul dos Estados Unidos por sua avó paterna. O livro aborda as dificuldades e preconceitos que enfrentou principalmente durante a infância. 

Quando Me Descobri Negra, de Bianca Santana 

Neste livro, a autora Bianca Santana apresenta uma série de relatos sobre experiências pessoais ou ouvidas de outras mulheres e homens negros. Ela explicita o racismo velado na nossa sociedade e fala sobre as dificuldades e o que sentiu em seu processo de descoberta e desconstrução. 

9 livros de autoras negras que abordam o racismo publicado primeiro em https://guiadoestudante.abril.com.br



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