Nesta segunda-feira, 24, o ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que “não há uma situação de absoluta desordem nas ruas” e que o Ceará “está sob controle”. A declaração foi dada ao lado do governador Camilo Santana (PT-CE), depois uma reunião para acompanhar a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado nordestino.
“As pessoas estão nas ruas. Nós circulamos nas ruas”. disse Moro. “Não existem, por exemplo, saques a estabelecimentos comerciais, nem nada disso”.
O estado, que sofre com a paralisação da polícia, registrou aumento das mortes violentas. De quarta-feira, 19, até o último domingo, 23, foram 147 homicídios, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSPDS).
As Forças Armadas estão no Ceará até que a paralisação da Polícia Militar seja resolvida. Nesta segunda-feira, o motim da PM chegou ao sétimo dia. Três batalhões de Fortaleza e da região metropolitana continuam ocupados.
Os policiais reivindicam aumento salarial acima do que proposto pelo governo do Ceará.
Balas e retroescavadeira
Na quarta-feira, 19, o senador licenciado e ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), foi baleado no peito durante um protesto de policiais militares de Sobral, municípios que fica a 230 km da capital, Fortaleza. O parlamentar passou por uma cirurgia e foi liberado no domingo, 23.
Cid, que está licenciado do Senado, foi para Sobral para participar da mobilização de policiais que estão contra a greve extemporânea de parte da categoria por aumento de salários.
Os disparos ocorreram no momento em que o senador tentava invadir, com uma retroescavadeira, um quartel da Polícia Militar que estava ocupado por manifestantes. Momentos antes, Cid fez um discurso com críticas ao movimento de paralisações deflagrado nas últimas horas pela Polícia Militar do Ceará.
“Eu vim aqui defender a paz e a tranquilidade do povo de Sobral. Ninguém será chantageado, ninguém deixará de trabalhar, de abrir suas portas e caminhar com tranquilidade em Sobral”, disse o senador.
Houve uma negociação salarial dos líderes policiais com o governo de Camilo Santana, porém dois dias depois voltaram atrás exigindo 21% de aumento.
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