Chegando na cidade
A escolha de Miami é controversa, há quem ame e há quem odeie. O Entaovah ama! Miami tem um lado B interessantíssimo com muita cultura e muita arte de rua.
Eu voei de Latam, que tem um ótimo custo benefício e tem muitos voos diretos baratos, além das refeições serem deliciosas e ter várias opções de entretenimento.
A entrada na cidade que é muito turística não é complicada, mas vale estar com todos os documentos e reservas em mãos, bem como sua passagem de volta para o Brasil. Todos falam o portunhol, o que facilita a vida do Brasileiro no processo de imigração. Levei aproximadamente uma hora e meia do pouso da aeronave até estar livre em solo americano.
Escolhi uma empresa jovem para o aluguel do carro, a GS Car Rental, que trabalha em um modelo self service, ou seja, você não precisa falar com nenhum atendente e ainda é bem fácil. No desembarque do aeroporto, passa um ônibus a cada quinze minutos que te leva para um hotel próximo e o carro vai estar com a chave do carro dentro e um cartão do estacionamento. Eu aproveitei e comprei o cartão da internet com eles, que também estava dentro do carro. Todas às diretrizes são enviadas no seu whatsapp.
Escolhi ficar em South Beach, que é um lugar ótimo, já que assim você consegue dar uma descansada, só que na praia ao invés de ficar no quarto do hotel. Estava viajando com amigos e ficamos no Hotel Pestana, bem localizado com estrutura de praia, café da manhã e piscininha amor! Pegamos um quarto grande com sacada, para até quatro pessoas e ficou com um preço ótimo, 42 dólares por pessoa a noite. No quarto também tem café e chá, toalha de praia e frigobar que você mesmo pode abastecer.
Chegamos tarde, tomei um banho e fui jantar no meu restaurante favorito na cidade, o A La Folie Café, que fica na Española Way, que a princípio não é meu lugar favorito por ser muito turístico. Prefiro mesmo o entorno da rua que tem coisas um pouco mais calmas. o A La Folie é todo decorado e cheio de plantas com várias coisinhas diferentes, cheio de queijos, vinhos e a comida é muito muito gostosa. Nesse dia tinha um trio tocando músicas ao vivo na calçada que foi de cair o queixo! Queria pegar leve e pedi um gaspacho com pães quentinhos e uma taça de vinho por 20 dols.
É muito gostoso quando uma cidade te proporciona ir e voltar caminhando sozinha. No meio do caminho encontrei um cinema ao ar livre que tava rolando numa praça. Tava vazio por que tinha chovido mas era lindo! Na volta pra casa não podia deixar de parar no Wallgreen´s e comprar uma bolachinha que eu amo, a Milano. Eu como e recomendo! Depois foi só chegar no hotel e capotar.
Dia 01 – Vizcaya e seus jardins
O Entaovah acordou em Miami para um café da manhã maravilhoso no Pestana, bem americano mas com muitas opções de frutas, bebidas e doces. Estava rolando também um live painting do Tico Canato, que estava dando vida às paredes do hotel.
Café tomado, saímos para passear pela Collins. Ali tem uma ótima opção para quem ainda não tomou seu café da manhã, o Rosetta Bakery. O lugar é bonito mas principalmente é gostoso.
A primeira parada foi a galeria do Romero Britto, não, é brincadeira! Foi no National Geographic Fine Art Galleries, um lugar maravilhoso onde estão todas aquelas fotos lindas que a gente vê nos documentários e nos livros. Passemos mais um pouquinho por outras galerias que tem na avenida e acabamos entrando em algumas lojinhas. O bom dessa rua é que você pode ir descobrindo enquanto caminha e entrando onde quer que você queira.
Fomos almoçar no Timeout Market Miami, um lugar que tem em vários lugares do mundo e com vários restaurantes diferentes, de tipos diferentes no mesmo lugar e sempre tem um bar. Escolhi o Giorgio Rapicavoli e comi simplesmente a melhor couve flor da minha vida, com milho andino e souer cream que deixou inesquecível.
Voltamos caminhando pro hotel para pegar o carro, já que nosso próximo destino seria um pouco mais longe, na Biscayne Bay. Era dia de Villa Vizcaya, o ponto alto são os jardins que realmente impressionam. A Villa Vizcaya já foi a maior propriedade dos Estados Unidos, de um vice presidente de uma empresa giga e o que ele fez ali foi surreal. Piscina que ele só usou uma vez, um forte na frente da propriedade para segurar a maré, orquidários e muitas outras coisas. É muito verde! Ele dava mais importância para área externa, já que a casa em si, era sim muito grande, mas nada comparado aos seus suntuosos jardins.
Fomos em um dia de chuva, infelizmente. Melhor se tiver um solão, aí eu recomendo vinho e picnic no lugar que você escolher para aproveitar a tarde. Para conhecer tudo leva tempo e eu sugiro que você faça isso.
Com a noite caindo e sendo expulsas pelos seguranças já com fome fomos para um clássico de Miami, o Five Guys, aquela famosa lanchonete que dá amendoins na fila enquanto você espera. É muito gostoso, mas é trash! Comi um cheeseburguer com batatas fritas.
Para curtir um pouco da noite, fomos no Bodega Bar e Taqueria e foi uma ótima opção, perto do hotel. O lugar tem luminoso, cheio de grafitis e adesivos. Fomos de tacos e margaritas, ouvimos uma musiquinha e partiu lençóis!
Dia 02 – Perez Museum
Dia de praia bebê! Biquíni, café da manhã e partiu curtir uma praia em Miami Beach. O tempo estava fechado, mas ainda assim, lindo. No horizonte, a chuva caindo naquele mar e um ou outro raio de sol para alegrar, mas nada que desse pra pegar um bronze.
Dali iríamos para o Perez Museum, o PAMM. Meu museu de arte moderna indoor favorito. Optamos por almoçar no Verde, um restaurante que fica no terraço do próprio museu. Fui no menu que eles criaram que falava com uma das exposições, salmão e purê de milho com aspargos e uma taça de vinho.
Saímos direto pra entrar no museu e eu estava animada. Várias exposições legais, entre elas um vídeo de brasileiros Bárbara Wagner e Benjamin de Burca. Um todo em neon de Jose Carlos Martinat. Outra do artista chinês Zhao Gang e a exposição fixa que é linda e conta com escultura do Tunga. A big do momento era da Teresita Fernández com Elemental, a mesma do menu que comi no Verde.
A lojinha do museu vale a pena mesmo que pra não comprar nada. Coisas muito legais e do cotidiano com arte.
Um quadro a parte é a saída do museu com vista para Biscayne Bay. Aproveitamos que já estávamos do outro lado da ponte e vamos dar uma voltinha noturna por Wynwood, o bairro da vez em Miami, que foi todo revitalizado. Paredões de graffitis por todos os lados e fomos passeando e descobrindo os murais de arte.
Resolvemos parar para tomar um vinho em um bar muito legal, o Lagniappe House, meu novo bar favorito. Para acompanhar, uma tábua de queijos e embutidos que não custavam o olho da cara! O lugar tinha dois ambientes completamente diferentes um do outro. Na frente era como se fosse uma sala de uma casa onde rolava um jazz incrível, três caras que arrasaram sem pausa. Já a parte de trás era como um bar, ainda com mobília de casa mas como se fosse o jardim, que encheu no decorrer da noite e ficou bem animado.
Foi bem divertido! Alguns vinhos depois, hora de voltar pra casa e dormir o sono dos bons.
Dia 03 – Wynwood Walls
O entaovah acordou só pra tomar café e voltar para descansar mais um pouco. Afinal, a noite tinha sido animada.
Hoje seria dia de brunch, no SeaSpice Miami. Um restaurante que fica na beira do Rio Miami, em uma marina. O dia começou em drinks coloridos e maravilhosos e como entrada um pão incrível de alho seguido por um polvo a la plancha e um steak tartare, tudo muito gostoso. Seguimos de ovos beneditinos de camarão com avocado e uma tostada de wagyu. Para fechar, docinhos! Um de chocolate e um creme branco, claro acompanhados de um café expresso.
Depois dessa orgia gastronômica, iríamos nos perder nos paredões de grafite de Wynwood, que é um museu a céu aberto. No meio do bairro fica o Wynwood Walls, onde ficam agrupados os grandes nomes da cena do grafite mundial. Vários brasileiros representando a gente por lá. Ali também tem uma galeria indoor e um restaurante com muitas opções vegetarianas e veganas, o que é normal em Miami.
Saindo desse miolo, o bairro todo segue com muitas galerias de arte e muita exposição de arte urbana. Todas as paredes do bairro são tomadas, inclusive o chão, é um lance de você ir olhando pra todo lado e toda hora ter uma sensação diferente. Lojinhas bacanas com coisas diferentes. Claro, tudo em forma de arte!
O pôr do sol foi ali mesmo e foi muito massa ver as cores mudando conforme o sol ia caindo. Paramos pra tomar café num lugar super gostoso e descolado, o Panther Coffee, de onde sai alguns tours para ter mais informações sobre os murais e sobre os artistas.
Voltamos até o hotel para deixar o carro e curtir uma piscina a noite para dar uma refrescada, já que o tempo estava ótimo. Deixamos o carro em um estacionamento próximo e fizemos um pacote, assim, tínhamos mobilidade e o valor era melhor que o do hotel e do que deixar na rua.
Caminhando até o Española Way, resolvi sair um pouco da minha zona de conforto apesar de ter tentado ir no Pane & Vino Miami que fica ali do lado mas tava muito cheio. Recomendo reservar.
Acabamos no Mercato Della Pescheria e não me arrependo. Era a última noite em Miami e queríamos mesmo era ficar entre amigos e comer bem. Foi uma bela pedida, uma garrafa de vinho e alcachofra para começar, seguindo de massa, cada um na sua versão. Lasanha, carbonara e bolonhesa. Super divertido e acabamos até cantando parabéns que não existia, bem turistão.
Dia 04 – A despedida
Acordamos para nosso último dia em Miami. Tomamos café da manhã e nos despedimos dessa casinha tão gostosa.
Fomos para o Miami Design District, um shopping que eu queria conhecer e nunca tinha ido, completamente diferente do que estamos acostumados. As lojas são bem espaçadas e existem obras de arte no meio disso tudo. Como se as lojas ficassem às margens da arte. Ainda bem, já que às lojas não davam nem para olhar, quanto mais comprar!
Eu amo Fernando Botero, um artista colombiano e sabia que estava rolando uma exposição dele em Miami. Vacilei e não fui na exposição no mesmo dia que fui para Wynwood, paciência, viagem tem dessas. Bora para Wynwood de novo pra dar uma olhada nessa exposição, e adivinha, o Nader Art Museum estava fechado (fecha somente aos domingos). Como as esculturas são muito grandes, estavam do lado de fora e deu para curtir o Botero!
São esculturas gigantes e como os antigos desconstrói o padrão de beleza feminino e também masculino.
Começamos andar nessa rua que é toda de galerias e de exposições de arte. Encontramos um trilho de trem todo grafitado em volta e notamos que tinha algumas esculturas por perto, ainda era o Nader Art Museum, mas uma outra exposição. Esculturas gigantes que parecem ter sido feitas em aço e pedra, de personalidades religiosas, políticas e do esporte. No lugar de coisas onde estão o que costumam segurar, haviam armas. Essa exposição é do Ahmed Al Bahrani, um iraquiano que eu não conhecia e to apaixonada.
Fotos tiradas e atualizações de arte feita, segui viagem para Orlando, onde começaria uma nova parte da viagem!
Já foi perder seu preconceito com Miami? Entaovah!
Aqui, você encontra matérias onde conto outras aventuras!
Sou Patricia Graf, viajante por natureza. Partilho pequenas descobertas pelo entaovah, seu facilitador de viagens.
Miami e toda sua arte! publicado primeiro em https://catracalivre.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário