O que comemos tem efeito direto sobre como nos sentimos. “É por meio da alimentação que abastecemos nosso organismo”, afirma Maria Beatriz Lopes Kato, especialista em Nutrição Escolar no Sesi-SP. Por isso, uma alimentação adequada é importante não só para a manutenção da saúde, mas também para melhorar funcionamento do nosso organismo.
A nutricionista aponta que é comum, atualmente, ver o adolescente preocupado com sua alimentação. Mas essa preocupação quase sempre vem acompanhada de uma apreensão com a aparência. “Por isso, muitas vezes, a alimentação acaba se tornando monótona ou de acordo com o que é tendência”, conta. E a saúde é deixada de lado.
Mas será que é possível ter uma alimentação saudável – para além do “corpo ideal”? Como adequar a dieta à pesada jornada de estudos de um vestibulando?
O que é uma alimentação saudável?
De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, alimentação não é a simples ingestão dos nutrientes necessários para o corpo. Esses componentes são importantes e devemos estar atentos a eles. Mas só pensar nessas propriedades tem se mostrado insuficiente para ter uma alimentação “saudável”.
“Se eu tenho uma alimentação monótona, sem variedade ou em quantidades inadequadas, em períodos muito longos de jejum, tudo isso prejudica o funcionamento do organismo”, explica Maria Beatriz. Por isso, uma das características mais importantes é a diversidade de alimentos. Variar a preparação do que você consome e, principalmente, os ingredientes usados terá mais efeitos positivos do que comer brócolis todo dia – por mais que ele seja um ótimo alimento.
Dietas restritivas também acabam gerando efeitos colaterais que podem afetar sua disposição e energia. Consumidos em quantidades adequadas, todos os alimentos têm o poder de trazer benefícios à saúde. A nutricionista aponta, por exemplo, a grande preocupação em relação ao consumo de carboidratos. Mas eles são a principal fonte de energia do nosso corpo. Uma sugestão é o consumo de produtos integrais e frutas, que têm carboidratos complexos, que demoram mais tempo para serem processados pelo corpo. “Nesses alimentos, a glicose é liberada aos poucos no organismo, fornecendo energia para o cérebro e, ainda, favorecendo a sensação de saciedade”.
Além disso, a “alimentação saudável” deve incluir, também, a forma que comemos. “Precisamos lembrar que deve ser prazerosa, não sinônimo de culpa ou privação, por exemplo”, conta. Segundo o guia do Ministério da Saúde, o hábito de comer faz parte da História social humana e compartilhar refeições pode ser um modo simples de desenvolver as relações. Por isso, dar preferência à alimentação à mesa, acompanhado dos familiares ou dos amigos, é um dos aspectos mais positivos dessa prática cotidiana. Mas, se for comer sozinho, tudo bem também: preste atenção aos sabores, à mastigação e deixe o celular de lado.
O que consumir e para quê
Certos alimentos ajudam diretamente na memória, na concentração e no controle da ansiedade. Da mesma forma, outros alimentos, especialmente quando consumidos em excesso, podem ser prejudiciais.
Veja aqui quais tipos de alimentos tornam-se indispensáveis, principalmente na fase do vestibular, em que o corpo requer disposição para o aprendizado e preparação para a prova.
Para aumentar a concentração: a cafeína é um dos alimentos mais populares para aumentar a concentração e deixar alerta. Porém, é preciso ter cuidado com seu consumo. A especialista do Sesi alerta que, consumido em grandes quantidades, pode gerar ansiedade e causar insônia.
Exemplos de alimentos: café e o chocolate meio amargo.
Para ter energia: os carboidratos são a principal fonte de energia para o organismo. “Será que meu rendimento será o mesmo ao evitar os carboidratos? Com certeza não”, conta Maria Beatriz. Mas lembre-se de dar preferência aos carboidratos de melhor qualidade presentes nos alimentos integrais.
Exemplo de alimentos: pão e arroz integrais, frutas, cereais como aveia e açaí.
Para melhorar a memória: aposte em alimentos ricos em ômega 3. Ele contribui para o raciocínio e deve se tornar um hábito na alimentação.
Exemplos de alimentos: peixes como sardinha, salmão e atum; castanhas e linhaça.
Não pode faltar: o ferro é um mineral que ajuda no transporte de oxigênio e ajuda na formação das células do sangue. A falta desse componente pode causar anemia, que leva a sintomas como cansaço, falta de energia, dificuldade de concentração e fraqueza.
Exemplos de alimentos: feijão, grão-de-bico, lentilha, carne vermelha e vegetais verde-escuros como couve e espinafre.
No dia do vestibular
A alimentação também é importante na hora da prova. Como os exames duram, comumente, mais de duas horas, o estudante precisa ter energia e concentração. Veja algumas dicas de Maria Beatriz para os estudantes:
- É importante manter a alimentação equilibrada e não fazer nenhuma grande mudança no que é consumido;
- Tanto no dia da prova quanto no anterior, dê preferência a alimentos leves e com pouca gordura para facilitar a digestão;
- No dia do vestibular, caso a prova se no período da manhã, tome um café da manhã reforçado, dando preferência a carboidratos integrais;
- Caso a prova seja à tarde, prefira fazer a refeição em casa para não correr o risco de comer algo que você não sabe como foi preparado;
- Como lanche durante o vestibular, leve frutas fáceis de comer (como maçã e banana), mix de castanhas, barrinhas de cereal, biscoitos integrais e, claro, chocolate amargo ou meio amargo!
- Não leve alimentos que precisam de refrigeração;
- Hidrate-se! A água também pode ser substituída pela água de coco, fonte de energia. Mas evite refrigerantes por causa dos desconfortos abdominais.
O seu estudo é o que você come publicado primeiro em https://guiadoestudante.abril.com.br
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