Em mais uma estocada contra a imprensa, Carlos Bolsonaro, porta-voz informal da família Bolsonaro, chama os jornalistas de “urubus malandros”.
As críticas teriam um interesse: pressionar o governo por dinheiro público.
Ele já fez ataques direto às Organizações Globo.
“A mentira tem perna curta, fundo azul, letras em branco e está desesperada pelo dinheiro da população que a abastecia!”
Suspeita-se que exista mais um recado nesses ataques. O vice-presidente Hamilton Mourão vem recebendo muitos jornalistas críticos aos pais – jornalistas que estariam na categoria de “urubus malandros”.
Trecho da coluna de Igor Gielow, da Folha, sobre o incômodo causado por Mourão na família Bolsonaro.
Mourão também apostou em uma boa relação com a imprensa. Além de atender a pedidos de repórteres, ele os elogiou em rede social.
Bolsonaro, por sua vez, é avesso a jornalistas. E seus filhos invariavelmente chamam reportagens críticas de lixo, fake news ou coisa pior.
A cereja deste bolo simbólico foi colocada no seu último compromisso desta interinidade, na terça (29): recebeu Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo, acompanhado de Guilherme Amado, da revista Época.
Ambos têm informações publicadas criticadas por apoiadores do presidente. Jardim é alvo constante dos filhos de Bolsonaro em redes sociais, sendo chamado de “pseudojornalista” por Eduardo.
Há muitos motivos que enfureceram Carlos em relação à imprensa.
O jornal Extra, das Organizações Globo, revelou detalhes sobre sobre Paula Bramont
A futura nutricionista de 33 anos (antes ela trabalhou com moda e marketing digital) passou o réveillon em Brasília com Carlos e amigos, além do primo Leo, a quem a própria moça chama de cupido. No dia seguinte, ela foi à posse do sogro e na recepção do Palácio da Alvorada. Paula posou com as concunhadas, os irmãos de Carlos, a avó e Michelle Bolsonaro. Até combinou a cor da roupa com as outras “bolsonoras”, em tons de azul.
Carlos reagiu irritado no Twitter:
Mentirosos, sujos e baixos. Esse tipo de jornalismo é a escória. Inventarão de tudo para nos denegrir. Já viram quem será o próximo da família a tentarem atingir com as suas desinformações descaradas!
Esse documento acima divulgado pelo O Globo mostra que Carlos Bolsonaro praticou uma fraude, ao atestar assiduidade de um funcionário que exercia tarefas fora de seu gabinete, ligadas à campanha eleitoral de seu pai.
Para ter dúvidas, vamos à definição de fraude, segundo os dicionários.
Qualquer ato ardiloso, enganoso, de má-fé, com o intuito de lesar ou ludibriar outrem, ou de não cumprir determinado dever; logro.
Segundo informação divulgada pelo jornal O Globo, por meio da Lei de Acesso à Informação, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) atestou a presença integral do ex-assessor Tercio Arnaud Tomaz, ainda que, na época, ele trabalhasse para o hoje presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Contratado para a equipe de Carlos Bolsonaro em 6 de dezembro de 2017, como auxiliar de gabinete, com um salário de R$ 3.641, ele permaneceu nos quadros do legislativo carioca até 1 de janeiro deste ano, quando deixou a função para ser nomeado assessor especial da Presidência, ganhando R$ 13 mil.
Apesar disso, segundo levantamento feito em agosto do ano passado, Tercio fazia parte da equipe de comunicação e mídias sociais da campanha do presidente eleito. E logo após a eleição, passou a se apresentar a jornalistas como assessor de comunicação do presidente eleito — quando, inclusive, divulgou suas agendas, fotos, vídeos e respondendo a imprensa.
Rotina que, no entanto, não está de acordo com o que foi apresentado nas planilhas mensais de frequência dos funcionários do gabinete de Carlos Bolsonaro. Apesar de Tercio ter acompanhado Jair Bolsonaro em viagens para outros estados sem a presença de Carlos — o vereador declarou presença integral para o assessor entre dezembro de 2017 e novembro de 2018.
Filho de Bolsonaro desabafa: jornalistas são “urubus malandros” publicado primeiro em https://catracalivre.com.br
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