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quinta-feira, 27 de junho de 2019

Netflix: ‘A vida em mim’ desvenda a Síndrome da Resignação

Você já ouviu falar sobre a Síndrome da Resignação?

O documentário “A vida em mim”, disponível na Netflix, revela essa doença que atinge centenas de jovens e crianças refugiados na Suécia e que têm sintomas parecido com os do coma.

Cartaz “A Vida em Mim”

Nos últimos 15 anos, o número de pessoas que desenvolveram essa síndrome vem crescendo drasticamente. Mais de 90% dos casos se concentram na Suécia, mas começam a despontar em outros locais de abrigo, como por exemplo, na Austrália, no Centro de Processamento Regional de Nauru.

Contudo, as causas ainda são pouco conhecidas pela comunidade médica. Segundo relatos dos pais dos jovens que apresentam a Síndrome da Resignação, tudo começa quando param de falar e passam a recusar comida e bebida.

Com o tempo vão querendo apenas ficar deitados e não reagem mais a nenhum estímulo vital, entrando em um estado de apatia física, mental e emocional.

Foto extraída do documentário “A vida em mim”.

O documentário “A vida em mim” mostra a vida dessas famílias que têm filhos nesse estado quase vegetativo em que ficam como se estivessem hibernando, com todas as suas funções vitais preservadas.

Com apenas 40 minutos, o filme mostra também a visão de médicos que parecem ainda não entender de fato o porquê de os casos estarem mais centralizados em uma região específica.

Foto extraída do documentário “A vida em mim”.

O psicólogo Mikael Billing diz: “Não conseguimos explicar porque há mais crianças com essa reação na Suécia comparado a outros países. Sabemos de casos similares em outras regiões, mas não são muitos. Até então, não temos uma explicação sobre o motivo.”

O sentimento anti-imigrante vem crescendo na Suécia e as políticas de asilo se tornaram mais rigorosas. Houve mais de 200 casos novos de Síndrome da Resignação nos últimos 3 anos. Os primeiros casos têm registro em 1990, mas foi após os anos 2000 que os números começaram a crescer com mais ímpeto.

Quando a síndrome surgiu, boatos vindos especialmente dos políticos, diziam que as crianças estavam se fingindo de doentes ou que os pais  estavam tentando envenená-las.

Depois de muitos testes ficou comprovado: não houve nenhuma manipulação externa, essas crianças estavam de fato doentes.

Crianças refugiadas que apresentam a “Síndrome da Resignação”.

Sobre o caso o pediatra Karl Sallin afirma: “Os imigrantes com essa condição parecem ser de regiões específicas: vêm dos Bálcãs e das antigas repúblicas soviéticas na fronteira sul da Rússia ou pertencem a certas minorias étnicas – o que é difícil de explicar. As crianças e suas famílias foram sujeitas quase exclusivamente a algum trauma psicológico, físico ou ambos. Além do trauma da deportação. ”

Veja também: Estudo mostra ligação entre ambientes
urbanos e saúde mental das crianças

As dúvidas ainda são muitas, mas o assunto é sério e necessita de mais estudos. Conheça e aprenda mais sobre a Síndrome da Resignação no filme “A vida em mim”.

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