Documento emitido, no último dia 24, comprova que Bolsonaro mentiu sobre morte de Fernando Santa Cruz.
A Comissão de Mortos e Desaparecidos do Ministério dos Direitos Humanos emitiu o atestado de óbito para o pai de Felipe Santa Cruz, atual presidente da OAB, onde diz que o então estudante de Direito “faleceu provavelmente no dia 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro/RJ, em razão de morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro, no contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985”.
Bolsonaro afirmou, em um vídeo transmitido no Facebook, que Fernando Santa Cruz foi morto por outros militantes da Ação Popular – organização contra a ditadura militar – , mas do Rio de Janeiro.
Há outros relatos que desmentem a versão de Bolsonaro para o desaparecimento do militante de esquerda. No livro “Memórias de uma Guerra Suja”, do escritor Marcelo Netto, é descrito que Fernando foi morto, em 1974, pelos militares, em um local que ficou conhecido como “Casa da Morte”. O imóvel ficava na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro.
Além disso, o jornal ‘O Globo’ teve acesso a um relatório secreto RPB 655, do Comando Costeiro da Aeronáutica, que mostra a prisão do estudante de direito pelo regime em 22 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro. Anexado ao relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), o documento comprova que Fernando Santa Cruz estava sob proteção do Estado quando desapareceu.
Felipe Santa Cruz nunca recebeu informações oficiais sobre a morte de seu pai. Nem ele, nem ninguém de sua família.
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