O Ministério da Educação (MEC) lançou nesta quarta (17) o programa que já vinha anunciando desde a semana passada, para rever o financiamento das universidades federais. Intitulado “Future-se”, o plano prevê a facilitação da entrada do setor privado nessas universidades, mas o ministro Weintraub enfatizou mais uma vez que não haverá cobrança de mensalidade para alunos da graduação de nenhuma faixa de renda.
Dentre algumas propostas do Future-se para viabilizar o investimento privado estão:
- A possibilidade de compartilhar a gestão dos espaços físicos da universidade como prédios, laboratórios e auditórios com empresas, por meio de PPPs (Parcerias Público Privadas), cessão dos espaços e outros;
- Criar fundos patrimoniais com a doação de ex-alunos ou empresas para financiar pesquisa;
- Permitir que prédios ou campi sejam nomeados em “homenagem” a doadores;
- Permitir que as ações culturais possam se inscrever na Lei Rouanet e outras formas de fomento.
Nos próximos 30 dias, o Future-se estará aberto para consulta pública na internet e a população poderá opinar antes de as universidades aderirem ao plano.
Corte nas universidades
De acordo com o portal G1, durante a apresentação do programa o presidente da União Nacional Estudantil (UNE), Iago Montalvão, questionou o secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, sobre o contingenciamento que barrou 30% das verbas discricionárias das universidades federais.
“É importante que tenha parcerias, mas é importante sobretudo que tenha política pública para a universidade. Nós precisamos salvar a universidade”, declarou. Em resposta, Lima Júnior disse que a consulta pública seria justamente para ouvir pessoas que, como o estudante, “carecem de muita informação”.
Em reportagem publicada essa semana, o jornal O Estado de S. Paulo apontou os efeitos do contingenciamento em diversas universidades. A Universidade Federal do Paraná, por exemplo, suspendeu as atividades do Restaurante Universitário esse mês e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) suspendeu os programas de intercâmbio esse semestre e no próximo.
Em São Paulo, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Federal do ABC Paulista (UFABC) estão sem transporte para os alunos se locomoverem em horários e regiões com alto risco de assalto. No norte, a Federal do Acre (Ufac) já cortou 75 bolsas de iniciação científica e a federal do Amazonas (Ufam) prevê o pagamento para terceirizados e fornecedores só até esse mês.
MEC lança o plano de financiamento para universidades federais publicado primeiro em https://guiadoestudante.abril.com.br
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