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Um dos mais mais eruditos colunistas da imprensa brasileira, Hélio Schwartzman, formado em filosofia, mostrou um ângulo provocativo no debate lançado pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez.
O ministro enviou mensagem às escolas pedindo que todos cantassem o hino nacional.
Hélio fez uma coluna intitulada “Eu me orgulho de não saber o hino”.
Trecho da coluna
Minha rejeição aos símbolos augustos da pátria tem uma explicação lógica. Cresci nos anos 70. Uma das escolas que frequentei obrigava a garotada a hastear a bandeira e entoar o hino diariamente. Meus pais, quando souberam disso, fizeram questão de me dizer que o governo militar era uma porcaria, mas acrescentaram que eu não deveria repetir isso na escola.
“Porcaria” foi o termo que eles encontraram para explicar para um menino de seis anos que os governantes de então haviam chegado ao poder por meio de um golpe e que torturavam e matavam presos políticos.
Meu cérebro infantil resolveu a dissonância cognitiva desenvolvendo uma espécie de alergia ao hino e ao nacionalismo.
É claro que isso só faz sentido para mim e talvez para outros que tenham vivido histórias parecidas. Para a imensa maioria dos brasileiros, não há nada de essencialmente errado em conhecer e cantar o hino, até com entusiasmo, se assim desejarem.
Colunista da Folha: “Eu me orgulho de não saber cantar o hino” publicado primeiro em https://catracalivre.com.br
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