Por JULIANA RISSARDI, sócia-consultora da People & Results
Olá, Nayara, tudo bem?
Olha, a primeira coisa que tenho pra te dizer é: fique tranquila!
Vinte e sete anos pode parecer um fator, mas te digo, não é. Você está na tenra idade em que ainda se DEVE testar muitas experiências. Decidir uma profissão não precisa ser uma coisa pra toda a vida. A mudança de carreira já é uma realidade constante. No futuro, facilmente iremos mudar de profissão, afinal nossos sonhos, desejos e propósito de vida também mudam.
Os fatores que você expôs em sua pergunta apontam mesmo para uma urgente mudança! Ficar trabalhando em algo que não se tem prazer não traz felicidade nem retorno. Neste momento, o importante é você saber que precisará de energia e dedicação para entrar numa nova carreira. Se você já sabe qual é meio caminho andado. Se você ainda não sabe o que vai te fazer feliz, esse é o ponto de partida.
Sobre jogar tudo fora, precisamos voltar para um conceito pouco falado que são as competências transferíveis. Para explicar melhor, me lembro bem de um caso com uma cliente que, como você, também estava infeliz na profissão de dentista. Não sentia vontade de ir para o consultório (apesar de ser dela mesma), não tinha mais nenhum interesse em se atualizar na área.
Me recordo bem que ela não sabia o que queria, só sabia que estava infeliz. Durante o processo de aprofundamento de reconhecimento de sua personalidade, seus gostos e características, ela, enfim, descobriu que gostava mesmo era de fazer Marketing, trabalhar com imagens e divulgação.
Como você já deve estar pensando, ela não tinha nenhum tipo de formação na área, experiência nem nada. Só havia trabalhado como dentista, quem iria contratá-la para Marketing? Descobrimos durante o processo que ela, por conta própria, desenvolvia os materiais de marketing para o consultório! Ufa, isso lhe rendeu o portfólio que ela iria usar como sua porta de entrada para a área.
Mas ainda lhe faltava a formação… Problema resolvido quando ela se inscreveu numa pós-graduação da área e começou a criar conexões. Conheceu, durante o curso, uma empresa de seguros de saúde que tinha uma área de marketing direcionada a fazer campanha para os médicos associados. Bingo! Ela também era da área de saúde, o que fez ela ter uma vantagem competitiva: competências transferíveis para uma nova área. Portanto, Nayara, 10 anos de experiência jamais serão jogados fora!
A dica mais valiosa é não se apegar ao caminho que já foi percorrido. O mais importante é o objetivo final, quem você será como profissional, o quanto de satisfação você terá no dia a dia e o quanto suas qualidades agregarão na sua nova profissão.
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Empresas são feitas de profissionais. São eles que constroem, transformam e perpetuam a cultura corporativa. Quando colocadas em posições que exigem aquilo que cada um tem de melhor, alcançam desempenho superior, são mais felizes. Portanto, cuidar da cultura da empresa e da carreira é peça fundamental na gestão de pessoas e para o sucesso nos negócios. Em suma, pessoas e resultados são o nosso negócio.
(A consultoria, especializada em carreira e cultura organizacional, responderá periodicamente as dúvidas dos leitores do GE).
“Tenho 27 anos. Muito tarde para mudar bruscamente de carreira?” publicado primeiro em https://guiadoestudante.abril.com.br
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