APRENDA VIOLÃO AQUI

terça-feira, 9 de abril de 2019

Crivella não gastou este ano com drenagem e contenção de encostas

Após o temporal, o prefeito, Marcelo Crivella (PRB), admitiu que houve falha da gestão

A cidade do Rio de Janeiro não gastou um centavo da execução orçamentária da prefeitura para a manutenção da drenagem urbana da cidade e a contenção de encostas, de acordo com dados do Rio Transparente divulgados pelo jornal O Globo nesta terça-feira, 9.

O dinheiro pago para as empreiteiras contratadas para os serviços de drenagem, o total de R$ 8.297.106,09, quitaram somente os serviços prestados principalmente no ano passado. Isso mostra que a antiga Secretaria de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma), não autorizou novas despesas entre janeiro e o início de abril. O temporal desta segunda-feira, 8, deixou ao menos oito mortos no município e é o terceiro já registrado em 2019.

Segundo a reportagem, nos últimos anos, a verba para esse tipo de serviço tem caído. Em 2018, a prefeitura pagou R$ 31,5 milhões, incluindo faturas de anos anteriores. Somando apenas o que foi destinado a 2018, incluindo as faturas pagas em 2019, as despesas foram de R$ 24,4 milhões.

No primeiro ano do prefeito Marcelo Crivella (PRB), em 2017, os investimentos para drenagem chegaram a R$ 33,5 milhões. Em 2016, último ano do governo do ex-prefeito Eduardo Paes, o total gasto foi de R$ 55,3 milhões.

O programa de Controle de Enchentes da prefeitura informou que foram pagos este ano R$ 208 mil até o momento, sendo esses recursos usados principalmente para desobstruir bueiros.

Mortes após temporal

Pelo menos oito pessoas morreram após o temporal que atinge o Rio de Janeiro desde a noite desta segunda-feira, 8, segundo informações da Agência Brasil.

A delegada Valéria Aragão, titular da 12ª DP (Copacabana), confirmou que três corpos foram encontrados em um táxi na Avenida Carlos Peixoto, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, na tarde desta terça-feira (9). Segundo ela, eles são de uma avó, uma neta e um motorista de táxi que estavam desaparecidos.

Familiares de Lucia Xavier Sannento Neves, a avó, e da menina Júlia Neves Aché, de 6 anos, deixaram o local muito emocionados. A mulher do taxista Marcelo Tavares também foi para o local e ficou desolada ao receber a notícia.

Segundo a delegada, o sistema de localização do GPS do táxi foi desligado exatamente no ponto onde está o carro soterrado. Ela vai chamar todos os donos dos veículos que foram abandonados ontem à noite na avenida, para entender como foi o desabamento.

Os trabalhos de resgate dos bombeiros é lento e foi interrompido uma vez porque as chuvas aumentaram.

Duas irmãs, Doralice e Gerlaine, foram vítimas de um deslizamento no Morro da Babilônia, no Leme, zona sul da cidade. Guilherme N. Fontes, morreu por afogamento na Avenida Marquês de São Vicente, na Gávea. A sétima vítima, Leandro Ramos Pereira, de 40 anos, morreu em Santa Cruz, e a oitava, um homem ainda não identificado no Jardim Maravilha.

Uma pessoa está desaparecida: um homem que teria sido atingido por um deslizamento no Morro da Babilônia..

O município do Rio de Janeiro está em estágio de crise desde as 20h55 desta segunda. As áreas mais afetadas foram as zonas sul e oeste. O temporal alagou ruas, derrubou árvores, destruiu carros e inundou túneis por toda a cidade.

O prefeito, Marcelo Crivella (PRB), admitiu que houve falha da gestão. Segundo a “Folha”, ele disse que tinham combinado que, em momentos como o de segunda, “deixaríamos equipamentos e equipe da Comlurb nos locais em que achávamos que haveria mais chuva. Nisso nós falhamos. Atrasamos. Quando fomos, por volta das 15h, 16h, o engarrafamento já estava se formando e atrasamos. Teremos que ir de manhã na próxima chuva”.

Na zona oeste, a estação medidora da Barrinha registrou 212 milímetros de chuva entre as 18h e as 22h. No mesmo período, na zona sul, choveu 168 milímetros em Copacabana, 164 mm na Rocinha e 149 mm no Jardim Botânico.

As sirenes de alerta para risco de deslizamento de terra foram acionadas em 21 das 103 comunidades monitoradas pela Defesa Civil Municipal. Mas, segundo moradores, o alarme não chegou a ser acionado no Morro da Babilônia porque estava faltando energia na comunidade no momento do temporal.

A chuva também provocou o desabamento de mais um trecho da Ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer. Desta vez, a parte que caiu fica próxima do bairro de São Conrado. O desabamento ocorreu por volta das 22h, quando a via já estava fechada. Foi o quarto incidente desse tipo desde a inauguração da ciclovia, em janeiro de 2016. Um deles foi causado por ondas, durante uma ressaca, e três por temporais.

Recomendações para se proteger

Pontos de alagamento:

  • Fique atento às orientações transmitidas pela Prefeitura nos momentos de chuva através dos meios de comunicação;
  • Evite sair quando ocorrerem chuvas fortes;
  • Se sua residência costuma inundar, prepare lugares altos ou prateleiras para guardar objetos de maior valor;
  • Mantenha telhados e calhas consertados;
  • Conserve drenagens, valas e canaletas desobstruídas;
  • Nunca jogue lixo nas ruas, em encostas, córregos, margens de rios ou áreas verdes;
  • O lixo provoca entupimentos dos bueiros e ramais de drenagem. Lugar de lixo é no lixo;
  • A remoção da camada vegetal das encostas causa deslizamentos.

Medidas simples podem amenizar os efeitos dos alagamento:

  • Evite transitar em ruas alagadas;
  • Se a chuva causou inundações, não se aventure a enfrentar correntezas. Fique em lugar seguro. Se precisar, peça ajuda;
  • Ao planejar suas viagens, há menor possibilidade de enfrentar engarrafamentos causados por ruas bloqueadas;
  • Em caso de dúvida sobre vias bloqueadas, ligue para a central de atendimento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) através do número 1188 ou entre no site da CET para saber como está o trânsito nas principais vias.

O que fazer em caso de enchentes:

  • Procure manter-se informado sobre as áreas de risco;
  • Evite cruzar ruas alagadas;
  • Mantenha-se longe da rede elétrica;
  • Se a chuva causou rachaduras ou outro problema grave em sua casa, chame a Defesa Civil (199) ou o Corpo de Bombeiros (193);
  • Se sua casa for condenada pela Defesa Civil, saia o quanto antes.
  • Enchente é um tipo de desastre causado por problemas de infraestrutura urbana e falta de políticas públicas. Confira ferramentas de alerta e dicas para se proteger.

Leia a reportagem na íntegra.

Veja também: Sobe para 8 o número de mortos após temporal no Rio

Crivella não gastou este ano com drenagem e contenção de encostas publicado primeiro em https://catracalivre.com.br



Nenhum comentário:

Postar um comentário