Especializado em tecnologia da informação, o jornalista Pedro Dória, de O Globo, explica como conseguiram vazar sem dificuldade as conversas de Sérgio Moro com os procuradores.
“Em momento algum foi necessário periciar o aparelho celular de Moro, Dallagnol, ou de qualquer outro. Porque nenhum celular foi invadido.
A operação da Polícia Federal que prendeu nesta terça-feira quatro suspeitos de trabalhar no hack que originou o vazamento dos diálogos entre Dallagnol não se chama Spoofing à toa.
Baseia-se na técnica do Caller ID Spoofing, o método utilizado pelo grupo.
E este é o ponto menos compreendido: nenhum aparelho celular foi invadido, como não foi invadida nenhuma companhia telefônica, ou mesmo os servidores do app de mensagens Telegram. Caller ID Spoofing é uma técnica que faz um celular, ou mesmo um computador ligado à rede de telefonia, fingir ser o smartphone com aquele determinado número. O hacker fingiu, por exemplo, estar com o número de Dallagnol.
A partir daí, o que mais provavelmente ocorreu foi que, com este simulador de celular operacional, requisitou ao Telegram fazer uma nova instalação do app. Como quem muda de smartphone, mantém o mesmo número, e reinstala o WhatsApp.
O Telegram pede um código de confirmação para permitir a instalação, que pode vir por SMS ou correio de voz. Todos os hackeados falam de terem recebido uma ligação de seu próprio número ou no final da noite ou durante a madrugada. Era, provavelmente, o celular falso tentando acessar o correio de voz.”
Dimenstein: jornalista mostra o truque que vazou conversas de Moro publicado primeiro em https://catracalivre.com.br
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