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sexta-feira, 27 de março de 2020

‘Alguns vão morrer, lamento, é a vida’, diz Bolsonaro sobre coronavírus

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o fim do isolamento decretado por alguns governadores para conter o novo coronavírus (covid-19). Entrevista ao programa “Brasil Urgente”, da Band, ele chegou a dizer que “alguns vão morrer”, mas não se “pode parar uma fábrica de automóveis porque tem mortes no trânsito”.

Bolsonaro também insinuou que alguns estados estariam fraudando as estatísticas sobre as mortes causadas pela covid-19. “Quantos morrem por H1NI? Umas 700 pessoas por aí. E todo mundo. está com coronavírus? Isso é sinal que o Estado está fraudando, querendo fazer uso político dos números”, disse em entrevista ao apresentador José Luiz Datena.

Bolsonaro pouco antes da coletiva de imprensa com os presidentes do BC, da Caixa e do BNDES nesta sexta-feira, 27

“No Rio de Janeiro, até os dados de ontem, nove óbitos, e 58 em São Paulo. Eu sei que a população tem uma diferença, mas está muito grande pra São Paulo. Não pode ser um jogo de números pra favorecer interesses políticos. Não estou acreditando nesses números de São Paulo, até pelas medidas que ele [Doria] tomou”, disse Bolsonaro.

O presidente voltou a afirmar que que o coronavírus é uma “gripezinha”. “Para 90% da população, isso vai ser uma gripezinha ou nada”, disse. “O número de óbitos abaixo dos 40 anos é insignificante”, complementou.

Dados do Ministério da Saúde divulgados nesta sexta-feira mostram que o Brasil tem 92 mortes pela covid-19, com 3.417 pessoas infectadas.

1 milhão de mortes

Um estudo do Imperial College de Londres, publicado na quinta-feira, 26, traça um cenário catastrófico caso a estratégia do isolamento social seja abandonada no Brasil –1,15 milhão de mortes e 188 milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus (covid-19).



Por outro lado, os especialistas em doenças transmissíveis afirmam que, com as medidas mais radicais e precoces, esse número cairia para 44 mil brasileiros mortos.

O estudo aponta ainda que protegendo os idosos, grupo mais vulneráveis da pandemia, as complicações e mortes chegam a 530 mil. Nesse cenário, eles só deveriam sair de casa quando absolutamente necessário. Por causa da circulação das pessoas mais jovens, haveria 121 milhões de infectados, 3,2 milhões necessitando de hospitalização de 702 a ponto de precisar de UTI.

Os pesquisadores do Imperial College de Londres analisaram o impacto da covid-19 em 202 países. Confira aqui.

Veja também: Coronavírus: Rio vai ampliar as medidas restritivas em mais 15 dias

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