Laura Bastos Carvalho, juíza plantonista da Justiça Federal do Rio de Janeiro (RJ), aceitou pedido do Ministério Público Federal (MPF) para suspender a campanha ‘O Brasil Não Pode Parar’, encabeça por Jair Bolsonaro (sem partido), que prega o fim do isolamento social e a reabertura do comércio durante a crise do novo coronavírus.
Com isso, o Planalto não poderá mais veicular por rádio, televisão, jornais, revistas, sites ou qualquer outro meio físico ou digital a campanha ou qualquer outra mensagem que sugira à população ‘comportamentos que não estejam estritamente embasados em diretrizes técnicas, emitidas pelo Ministério da Saúde, com fundamento em documentos públicos, de entidades científicas de notório conhecimento no campo da epidemiologia e da saúde pública’.
“O descumprimento da ordem está sujeito à multa de R$ 100 mil por infração”, determinou a magistrada, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
A campanha ‘O Brasil Não Pode Parar’ surgiu com o intuito de suspender a quarentena, defendendo a flexibilização do isolamento para um modelo ‘vertical’. A ideia era que apenas idosos e pessoas do grupo de risco do novo coronavírus ficassem em casa. Bolsonaro defendeu que o restante da população voltasse a transitar livremente, reabrindo o comércios, igrejas e afins.
Entretanto, a proposta o presidente ia contra a recomendação de órgãos de saúde, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomenda a quarentena e o isolamento social de toda a população, como medidas de prevenção ao novo coronavírus.
Ainda de acordo com a publicação, já foram registrados 3417 casos confirmados de Covid-19 e 97 mortes em apenas um mês da pandemia, no Brasil.
1 milhão de mortes
Um estudo do Imperial College de Londres, publicado na quinta-feira, 26, traça um cenário catastrófico caso a estratégia do isolamento social seja abandonada no Brasil –1,15 milhão de mortes e 188 milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus (covid-19).
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Por outro lado, os especialistas em doenças transmissíveis afirmam que, com as medidas mais radicais e precoces, esse número cairia para 44 mil brasileiros mortos.
O estudo aponta ainda que protegendo os idosos, grupo mais vulneráveis da pandemia, as complicações e mortes chegam a 530 mil. Nesse cenário, eles só deveriam sair de casa quando absolutamente necessário. Por causa da circulação das pessoas mais jovens, haveria 121 milhões de infectados, 3,2 milhões necessitando de hospitalização de 702 a ponto de precisar de UTI.
Os pesquisadores do Imperial College de Londres analisaram o impacto da covid-19 em 202 países. Confira aqui.
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