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domingo, 1 de dezembro de 2019

Porta-voz da PM reconhece abuso policial; vídeos mostram espancamentos

Em meio à repercussão das mortes ocorridas na madrugada deste domingo, 1, na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, o tenente-coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar de São Paulo, concedeu entrevista coletiva para explicar ação da PM.

Masssera detalhou a operação dos policiais, que perseguiam dois homens em uma moto em atitude suspeita quando chegaram ao local onde acontecia o baile funk.

No meio da multidão, os agentes foram supostamente atacados por pessoas que arremessaram pedras e garrafas. Segundo ele, a atuação foi de proteção aos policiais. “A fuga foi breve. (Os suspeitos) Entraram na comunidade atirando contra os policiais. A moto ainda não foi apreendida, nem os indivíduos foram presos. Todos os policiais relataram a mesma coisa. Estamos apurando se existem câmeras na região para esclarecer melhor. A tentativa de abordagem realmente se deu, isso temos comprovado pela comunicação de rádio.”

Para o porta-voz da PM ainda é difícil analisar se o procedimento foi correto e ressaltou que, em casos como esse, a atuação deve ser preventiva. Considerou “razoável” o uso das balas de borracha e que “possivelmente foi aplicada de forma correta”, sem descartar a necessidade de investigação.violência policial

Espancamentos, tiros e correria

Nas redes sociais, vídeos mostram policiais militares espancando ao menos dois adolescentes durante a ação. Imagens feitas por moradores flagraram PMs dando socos, chutes e pisando em jovens já detidos. Em outro registro, policiais encurralam e agridem dezenas de adolescentes em uma estreita viela da comunidade.

Em entrevista ao G1, a mãe de uma jovem de 17 anos, ferida durante a ação, disse que a polícia preparou uma emboscada para os frequentadores do evento_que, por volta das 3h, reunia cerca de 5 mil pessoas. “É uma rua com duas ou três saídas. Os policiais fecharam e coagiram. Atiraram com arma de fogo – não só com bala de borracha. Bateram com cassetete, fora spray de pimenta”.

Segundo ela, um policial agrediu sua filha com uma garrafada. A adolescente também apresenta marcas de cassetete nas costas. “Os policiais fecharam a rua. Teve corre-corre, pisoteamento de adolescente. Gás de pimenta, bala de borracha, e ainda estavam agredindo pessoas. Foi um policial que tacou garrafa de vidro na minha filha.”

PM reconhece excessos

Masseira reconheceu que as imagens sugerem excessos dos agentes e que, se provado algum abuso ou excesso na ação, haverá punição ao responsável.”Nós recebemos as imagens, todas as imagens estão incluídas no inquérito policial militar para ser analisadas. Não temos certeza que tudo tenha acontecido nesta madrugada. Algumas imagens nos sugerem abuso, ação desproporcional. Evidentemente, o rigor vai responsabilizar quem cometeu algum excesso, algum abuso”.

 Vídeos denunciam violência policial contra jovens em Baile Funk

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<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>Momento em que os jovens frequentadores do Baile da 17, em Paraisópolis, são encurralados pela PM de SP. Nove jovens morreram em decorrência da intervenção dos militares. Sete estão feridas. <a href=”https://t.co/xSuyogIxw2″>pic.twitter.com/xSuyogIxw2</a></p>&mdash; André Caramante (@andrecaramante) <a href=”https://twitter.com/andrecaramante/status/1201210024997085186?ref_src=twsrc%5Etfw”>December 1, 2019</a></blockquote>

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