Sem uma mão, vendedor desabafa após perder cliente por pedido demorar

José Rafael Marciano, de 32 anos, mora em Marília no interior de São Paulo, não tem uma das mãos, mas faz salgados para vender e complementar a renda durante a pandemia do novo coronavírus. Ele viralizou na web depois de publicar um desabafo por ter pedido um cliente ao demorar na entrega do pedido.

O cliente não aceitou os salgados pelo atraso na entrega e o vendedor fez o post para desabafar e tentar não ficar com o prejuízo da mercadoria encalhada em casa. Ele explicou que o cliente pediu a encomenda por volta das 9h para que os salgados fossem entregues às 11h. Mas, como eram mais de 50 unidades, ele só terminou o serviço às 13h.

“Fiz com maior carinho, fui até na casa, aí não quis mais porque demorei um pouco. Gente, eu faço tudo na mão, sou deficiente físico, faço tudo com dificuldade, agora vieram me xingar, me ofender. Sobrou muito salgado. Se alguém quiser”, postou.

“Aí ele me xingou no telefone, disse que eu não era profissional, que eu era vagabundo, que eu tinha que ter avisado antes. Eu fiquei magoado, triste, chorei muito porque sou muito emotivo”, afirmou Rafael em entrevista ao portal ‘G1’.

Além de não ter uma das mãos, o vendedor nasceu sem as costelas do lado esquerdo e com problemas no coração. Ainda bebe, ele ficou um ano e sete meses internado na Santa Casa de Marília. Recentemente, sofreu um infarto.

Foi por causa dos problemas de saúde que Rafael passou a vender salgados. Os médicos o proibiram de trabalhar como pintor. Desempregado, decidiu fazer os salgados, que já costumava a cozinhar dentro de casa para a esposa e as filhas, de 4, 8 e 10 anos.

A publicação do vendedor viralizou com mais de 40 mil curtidas e 17 mil compartilhamentos. Com isso, ele já recebeu muitas encomendas, além de doações e propostas de motoboys para fazer o serviço de entrega dos salgados dele.

“Fiquei muito feliz porque estou recebendo muita ajuda. Recebi ligação de vários países, me dando apoio inclusive financeiramente. Até famosos compartilharam. Estou anestesiado, nem consegui dormir”, afirmou Rafael.

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